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A queda de Nicolás Maduro tem o potencial de deslanchar escândalos de corrupção em série incluindo o sumiço de 11 bilhões de dólares da empresa de petróleo do governo da Venezuela

No principado europeu de Andorra, paraíso fiscal até 2017, 29 pessoas estão sendo processadas por lavagem de dinheiro, em um esquema que teria desviado US$ 2 bilhões da estatal. (Foto: Reprodução)

A queda do regime de Nicolás Maduro na Venezuela tem o potencial de deslanchar escândalos de corrupção em série, atingindo líderes políticos da América Latina. No centro deles está a estatal de petróleo PDVSA.

No principado europeu de Andorra, paraíso fiscal até 2017, 29 pessoas estão sendo processadas por lavagem de dinheiro, em um esquema que teria desviado US$ 2 bilhões da estatal. Uma investigação da Assembleia Nacional, de maioria oposicionista, apontou o “sumiço” de US$ 11 bilhões dos cofres da empresa entre 2004 e 2014.

Expulsão de militares

Maduro expulsou 56 militares acusados de envolvimento no levante do dia 30 de abril, liderado pelo opositor Juan Guaidó. Um deles é Manuel Figuera, ex-chefe do Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional). O Sebin era responsável por vigiar Leopoldo López, também opositor de Maduro. Nos protestos daquele dia, convocados por Guaidó, cinco pessoas morreram e 239 ficaram feridas.

Além de Figuera, foram expulsos 5 tenentes-coronéis, 4 majores, 4 capitães, 6 primeiros-tenentes e tenentes e 36 sargentos, afirmou a imprensa oficial na quarta-feira (8). A saída de Figuera do comando do Sebin já havia sido anunciada no dia 30 de abril.

Até o momento, o governo da Venezuela não deu informações sobre o paradeiro dos 56 militares rebeldes. Na terça-feira (07), a organização humanitária local Foro Penal denunciou o desaparecimento de um grupo de soldados que participaram do levante. Na semana passada, as autoridades brasileiras já haviam concedido asilo a 25 militares venezuelanos que se refugiaram na embaixada do Brasil em Caracas.

Entre os oficiais afetados pela decisão de Maduro está, também, o tenente-coronel da GNB (Guarda Nacional Bolivariana) Illich Sánchez, que nos últimos meses ficou encarregado do comando que dá proteção à Assembleia Nacional, controlada pela oposição. Sánchez foi um dos oficiais que acompanharam Guaidó aos arredores da base aérea de La Carlota, em Caracas, durante o levante fracassado.

Deputados acusados

Após a escalada de tensões políticas por conta das ações contra a oposição, Guaidó voltou a desafiar o governo de Maduro nesta quarta-feira (08), durante uma visita a seu estado natal de Vargas. “Vamos continuar; sabemos que a perseguição é a única resposta que têm”, disse, no Twitter.

Na terça-feira, a Suprema Corte da Venezuela afirmou, em comunicado, que os deputados Mariela Magallanes, Henry Ramos Allup, Luis Florido, José Simón Calzadilla, Américo De Grazia e Richard Blanco seriam processados pelos supostos crimes de “traição à pátria, conspiração, incitação à rebelião, rebelião militar, associação criminosa, abuso de poder e incitamento público à desobediência”.

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