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A recuperação do mercado de trabalho desacelerou em abril, aponta a Fundação Getulio Vargas

Ao todo, o País ganhou 1 milhão de trabalhadores informais no segundo trimestre, de acordo com o IBGE. (Foto: Divulgação)

O IAEmp (Indicador Antecedente de Emprego) registrou queda pelo segundo mês seguido em abril e mostrou que o País iniciou o segundo trimestre com desaceleração no ritmo de recuperação do mercado de trabalho, informou a FGV (Fundação Getulio Vargas) nesta terça-feira (08).

O IAEmp, que antecipa os rumos do mercado de trabalho no Brasil, teve recuo de 4,1 pontos e atingiu 103,6 pontos em abril. “A queda do IAEmp decorre de uma diminuição do otimismo quanto ao futuro. Ao longo dos últimos meses, diversos indicadores econômicos apresentaram resultados aquém dos esperados, reduzindo o otimismo quanto ao ritmo da recuperação de nossa economia”, explicou o economista da FGV Fernando de Holanda Barbosa Filho.

A principal influência para a leitura do IAEmp em abril partiu do indicador que mede a expectativa com relação à facilidade de se conseguir emprego nos seis meses seguintes, da Sondagem do Consumidor. O ICD (Indicador Coincidente de Emprego), que capta a percepção das famílias sobre o mercado de trabalho, recuou dois pontos em abril e chegou a 94,2 pontos, o nível mais baixo desde outubro de 2015.

O Brasil encerrou o primeiro trimestre de 2018 com taxa de desemprego de 13,1%, a mais alta desde maio do ano passado, diante do aumento da dispensa de trabalhadores, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Temer

O presidente da República, Michel Temer, afirmou na semana passada que não há aumento do desemprego, mas, sim, o crescimento “dos que procuram emprego” e que estão mais esperançosos de encontrarem um trabalho devido à melhoria dos indicadores econômicos. Ele defendeu esse argumento para explicar os indicadores que mostram maior procura por postos de trabalho no País.

As declarações foram dadas durante um evento em São Paulo no qual foi lançada a publicação Índice de Risco para Negócios Internacionais, que avalia riscos nas dimensões macroeconômica, estabilidade política e social e a segurança de 47 países.

Durante o seu discurso no evento, o presidente defendeu a tese de que, apesar do IBGE divulgar que houve aumento na procura por postos de trabalho no Brasil, isso não significa que o desemprego aumentou, mas, sim, que há mais ânimo na economia, fazendo com que os desempregados fiquem mais encorajados em busca de recolocação.

“Não é porque o desemprego aumentou. É que o desempregado, quando a economia começa a melhorar, ele, que estava desalentado, portanto não procurava emprego, ele se transforma em um alentado, ele vai procurar emprego”, disse. “Aqueles que procuram emprego, alentados que se acham, aumentam porque a economia está melhorando”, disse Temer.

“Quando você pega os dados do Ministério do Trabalho, você vê que o emprego está aumentando. Mas quando você pega os dados do IBGE, a sensação de desemprego aumentou. É uma coisa curiosa”, afirmou o presidente.

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