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A Rússia parou temporariamente de vacinar novos voluntários em seu teste com a vacina contra o coronavírus

A Rússia tem quatro imunizantes aprovados para uso, todos produzidos localmente. (Foto: Fundo de Investimento Direto da Rússia)

Más notícias para o primeiro país que registrou a primeira vacina contra o novo coronavírus no mundo. A Rússia teve de pausar temporariamente a sua fase de testes para a vacina Sputnik V, o que pode frustrar os planos ambiciosos de Moscou para lançar a imunização em breve. O motivo para a pausa foi a escassez de doses devido à alta demanda.

Segundo a agência de notícias Reuters, em oito das 25 clínicas em Moscou os estudos estavam acontecendo, a vacinação de novos participantes estava suspensa. Várias instituições de saúde afirmaram que as doses alocadas em seus estabelecimentos haviam esgotado devido a um grande fluxo de voluntários.

“Isso está relacionado ao fato de que há uma demanda colossal pela vacina e não estão produzindo o suficiente para acompanhar”, disse o representante da Crocus Medical, organização que ajuda a conduzir o teste em Moscou junto ao Ministério da Saúde russo, à Reuters.

Informações provisórias indicam que os testes devem ser retornados em 10 de dezembro, quando novas doses forem produzidas.

Nem sempre a sede de chegar primeiro compensa. Com o plano do governo de Vladmir Putin de ter a primeira vacina do mundo aprovada e comprovada, as fases de testes foram ignoradas e, agora, o país enfrenta uma de suas primeiras e mais ferrenhas crises em relação à vacina.

Apesar da pausa, Alexei Kuznetsov, assessor do ministro da Saúde da Rússia, disse que os testes em humanos da vacina continuam. “A meta de 40.000 voluntários vacinados será atingida”, disse ele.

A vacina da Rússia sempre esteve sob os holofotes — na maioria das vezes, negativos. A falta de apresentação de dados consistentes em relação às fases de estudo da vacina, a pressa para que ela fosse aprovada e a liberação recente do primeiro lote da vacina aumentaram ainda mais a preocupação das autoridades no mundo todo. Essa desconfiança se mantém como um dos maiores empecilhos e, até os resultados forem confirmados, a cautela é a melhor forma de lidar com a situação.

A vacina russa é baseada no adenovírus humano fundido com a espícula de proteína em formato de coroa que dá nome ao coronavírus.

É por meio dessa espícula de proteína que o vírus se prende às células humanas e injeta seu material genético para se replicar até causar a apoptose, a morte celular, e, então, partir para a próxima vítima.

Especialistas em saúde pública seguem prevendo as vacinas para meados de 2021.

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