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A sabatina do ministro da Educação no Senado promete repetir o clima da CPI da Covid

Milton Ribeiro é esperado na próxima quinta (31), na Comissão de Educação dos senadores. (Foto: Isac Nóbrega/Presidência da República)

A sabatina do ministro da Educação, Milton Ribeiro, no Senado promete repetir o clima da CPI da Covid, que tomou as atenções do País no ano passado. No centro do mais novo escândalo do governo Jair Bolsonaro, ele é esperado na próxima quinta-feira (31), na Comissão de Educação dos senadores.

Personagens como Randolfe Rodrigues (Rede-ap), Simone Tebet (MDB-MS) e Omar Aziz (PSD-AM) se preparam para entrar em campo novamente. Além de ouvir a versão do ministro sobre o gabinete paralelo dos pastores, os parlamentares querem detalhes e provas da suposta investigação feita pela Controladoria-geral da União (CGU). Randolfe quer o “rastro digital” desse processo.

Randolfe protocolou pedidos de informação no Supremo e também na Comissão de Educação para tentar ampliar o escopo probatório. O senador quer saber se Milton Ribeiro apenas recebia os pastores ou se também atuava para liberar recursos prometidos.

“A comissão cometeu um erro em transformar a convocação em convite, mas mesmo assim o ministro não vai ter boa vida lá”, afirmou o senador Omar Aziz. Ele pretende participar de forma virtual da audiência.

Para Simone Tebet, “se até quinta o ministro não cair”, a participação na comissão deve repetir o “misto de estarrecimento com choque” visto na CPI da Covid. “O batom está no colarinho através de áudios, imagens e denúncias feitas por vários prefeitos”, disse a senadora.

Articulações

No centro de denúncias de ilegalidades que atingem o governo e pressionado para deixar o cargo, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, buscou apoio nos três Poderes da República ao longo da última semana, sem sucesso. Ele ainda não conseguiu angariar uma tropa de choque capaz de defendê-lo publicamente.

Até o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça, responsável pela sua indicação em 2020, tem se mantido distante do afilhado. Temendo um desgaste para o segmento, já que o escândalo no MEC envolve dois pastores, lideranças evangélicas defendem que Ribeiro se licencie do cargo até a conclusão das investigações.

Em meio às fricções, o respaldo, ao menos por ora, veio do presidente Jair Bolsonaro. Em transmissão ao vivo na internet, ele afirmou que poria “a cara no fogo” por Ribeiro. Segundo o ministro, foi o titular do Palácio do Planalto quem lhe pediu para receber o pastor Gilmar Santos.

Por determinação do STF, a Polícia Federal abriu um inquérito para investigar se o ministro liberou verbas para prefeituras indicadas pelos dois pastores, que intermediavam reuniões de Ribeiro com chefes de executivos municipais levados por eles.

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