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Secretaria da Saúde do RS confirma os oito primeiros casos de dengue contraídos dentro do próprio Estado neste ano

Pacientes residem em Porto Alegre, Novo Hamburgo (2), Cruz Alta, Ijuí, Santo Ângelo, Rio Grande e Capão da Canoa. (Foto: EBC)

Em seu mais recente boletim epidemiológico, a SES (Secretaria Estadual da Saúde) do Rio Grande do Sul aponta a ocorrência dos oito primeiros casos autóctones – contraídos dentro do próprio território gaúcho – de dengue neste ano. Os pacientes moram em Porto Alegre, Novo Hamburgo (2), Cruz Alta, Ijuí, Santo Ângelo, Rio Grande e Capão da Canoa.

O relatório abrange o período de 1º de janeiro a 19 de fevereiro. Já são 20 casos ao todo, se incluídos os “importados” (contraídos fora do Estado) – três em Porto Alegre, outros três em Caxias do Sul e um caso em cada uma dessas cidades: Pejuçara, Redentora, Rio Grande, Santa Bárbara do Sul, São Marcos e Sapiranga. Outras 99 suspeitas foram descartadas e 198 seguem sob apuração.

A doença é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que tem presença massiva em parte considerável do Rio Grande do Sul. De acordo com o Cevs (Centro Estadual de Vigilância em Saúde), 377 das 497 cidades gaúchas apresentam infestação pelo inseto, fato que preocupa as autoridades de saúde. Em 2019, o Estado registrou oficialmente um total de 1.338 casos de dengue, dos quais 1.180 eram autóctones (quase 90%).

A doença

Doença febril grave causada por um arbovírus (transmitido por picadas de insetos), a dengue pode ser contraída por indivíduos de todas as faixas etárias, mas as pessoas mais velhas apresentam maior risco de desenvolver versões graves e outras complicações fatais – sobretudo quando a pessoa já possui alguma doença crônica, mesmo sob tratamento (diabetes e hipertensão, por exemplo).

Normalmente, o primeiro sintoma é a febre alta (39° a 40°C), de início abrupto, que geralmente dura de dois a sete dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, além de prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele. Perda de peso, náuseas e vômitos são comuns. Em alguns casos também apresenta manchas vermelhas na pele.

Na fase febril inicial da dengue, pode ser difícil diferenciá-la. A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes e sangramento de mucosas. Ao apresentar os sintomas, é importante procurar um serviço de saúde para diagnóstico e tratamento adequados, todos oferecidos de forma integral e gratuita por meio do SUS (Sistema Único de Saúde).

Na maioria dos casos, a cura ocorre de forma espontânea após dez dias. A principal complicação é o choque hemorrágico, com perda de aproximadamente 1 litro de sangue, o que faz com que o coração perca capacidade de bombear o fluído vital para todo o corpo. Como toda infecção, a dengue pode levar ao desenvolvimento de complicações como Síndrome de Gulliain-Barre, encefalite e problemas neurológicos.

Transmissão

Após picar uma pessoa infectada com um dos quatro sorotipos do vírus, a fêmea do mosquito pode transmitir o vírus para outras pessoas. Também há registro de contaminação por transfusão sanguínea.

Não há transmissão da mulher grávida para o feto, mas a infecção por dengue pode levar a mãe a abortar ou ter um parto prematuro, além da gestante estar mais exposta para desenvolver o quadro grave da doença, que pode levar à morte. Por isso, é importante combater o inseto, fazendo limpeza adequada e não deixando água parada em pneus, vasos de plantas, garrafas ou outros recipientes que possam servir de reprodução para o Aedes Aegypti.

Em populações vulneráveis, como crianças e idosos com mais de 65 anos, o vírus da dengue pode interagir com doenças pré-existentes e levar ao quadro grave ou gerar maiores complicações nas condições clínicas de saúde da pessoa.

(Marcello Campos)

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