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A Terra agora tem duas luas? Entenda o que é o 2025 PN7

O asteroide 2025 PN7 é um corpo rochoso de pequenas proporções, acompanha a Terra há pelo menos seis décadas. (Foto: Reprodução)

A divulgação de que a Terra teria “ganhado” uma segunda lua reacendeu o interesse por objetos que orbitam o planeta. A hipótese ganhou força após astrônomos confirmarem que o asteroide 2025 PN7, um corpo rochoso de pequenas proporções, acompanha a Terra há pelo menos seis décadas. Apesar do apelido popular, especialistas explicam que ele não é uma lua, mas um quase-satélite, categoria que reúne objetos que parecem orbitar a Terra, embora estejam gravitacionalmente vinculados ao Sol.

O 2025 PN7 foi identificado por observatórios internacionais e classificado como um asteroide de trajetória estável. Ele não circula ao redor do planeta como a Lua, mas segue um caminho que o mantém próximo da Terra em determinados trechos de sua órbita solar. Esse comportamento cria a impressão de que o objeto “gira” ao nosso redor. Na prática, ele realiza um movimento sincronizado com o da Terra, com pequenas oscilações que o aproximam e afastam do planeta ao longo dos anos.

Estudos mostram que o asteroide acompanha a Terra desde os anos 1960 e deve manter esse padrão por pelo menos mais 80 anos, caso não haja interferências externas. Seu tamanho é considerado reduzido — as estimativas apontam para algumas dezenas de metros — e não há risco de colisão. A trajetória é bem compreendida pela comunidade científica e não apresenta qualquer ameaça.

Quasi-satélites como o 2025 PN7 não são inéditos. Há registros de outros objetos com comportamento semelhante, alguns já conhecidos há décadas. Eles costumam orbitar o Sol em sincronia com a Terra, realizando uma espécie de dança gravitacional que os mantém próximos, mas sem estabelecer um vínculo direto como o da Lua. O fenômeno é natural e ocorre em diversos sistemas planetários.

A popularização da expressão “segunda lua” se deve ao fascínio do público por fenômenos espaciais e ao modo como a órbita do asteroide pode enganar observadores menos familiarizados com dinâmica orbital. Para astrônomos, porém, a distinção é clara: luas são corpos que orbitam diretamente um planeta. Já quasi-satélites são apenas companheiros temporários de trajetória.

A presença do 2025 PN7, no entanto, contribui para ampliar o entendimento sobre a vizinhança cósmica da Terra. Esses objetos oferecem pistas sobre a formação do Sistema Solar, a estabilidade das órbitas e a interação gravitacional entre asteroides e planetas.

Embora não represente uma nova lua, o 2025 PN7 reforça a complexidade do ambiente ao redor da Terra e lembra que o planeta compartilha o espaço com inúmeros pequenos visitantes.

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