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Abertura de impeachment aumenta chance de Dilma ficar no poder até o fim do mandato, afirma The Economist

"A ação de Cunha é falha e ameaça apenas afundar o Brasil ainda mais na lama", afirmou a revista (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)

O início do processo de impeachment de Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados pode, ironicamente, aumentar as chances de sobrevivência política da presidenta até 2018, avalia a revista britânica The Economist.

Com dois textos dedicados ao novo capítulo da crise política brasileira, a edição da revista que chega às bancas nesta sexta-feira (04) criticou o acolhimento do pedido de impeachment pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “A ação de Cunha é falha e ameaça apenas afundar o Brasil ainda mais na lama”, afirmou a publicação, em referência a uma reportagem de fevereiro que citava o “lamaçal” econômico e político no País.

Embora faça críticas a Dilma – citada como “a presidenta mais impopular e ineficaz da história moderna brasileira”–, a revista conclui que o “tempo trabalha a favor” da petista, já que o gesto de Cunha “parece um ato de vingança” diante do cerco que o deputado enfrenta na Operação Lava-Jato.

O deputado está entre os cerca de 40 políticos com foro privilegiado investigados por suspeita de participação no escândalo de corrupção na Petrobras. O Ministério Público Federal descobriu contas não declaradas do peemedebista na Suíça, que teriam sido abastecidas com dinheiro desviado da estatal. Cunha nega irregularidades e diz que não tinha controle sobre as contas, que seriam apenas usadas para planejamento sucessório e educação dos filhos.

“Cunha pode ser facilmente visto como agindo em interesse próprio do que um homem de Estado, colocando uma interrogação sobre toda a confusão. O PT tende a cerrar fileiras em apoio à presidenta, e Dilma, sem dúvida, será mais firme do que nunca em não renunciar, como alguns na oposição esperavam”, diz o texto intitulado “Dilma’s Disasters” (Os Desastres de Dilma). (Folhapress)

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