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Ações de companhias aéreas e de turismo desabam com temor sobre a nova variante do coronavírus

Empresas aéreas lideram quedas na Bolsa brasileira. (Foto: Reprodução)

As ações das companhias aéreas no mundo todo derreteram nesta sexta-feira (26) em meio ao surgimento de uma nova variante do coronavírus encontrada na África do Sul. Investidores temem que novos lockdowns e fechamentos de fronteiras sepultem o segmento que ainda vinha de recuperando da crise causada pela pandemia que já dura quase dois anos. O avanço da variante derrubou as Bolsas globais.

No Ibovespa, principal índice de ações do mercado brasileiro, as aéreas lideram as quedas no dia. A Gol (GOLL4) fechou em queda de 11,81%, enquanto Azul caiu 14,18%. A CVC (CVCB3) registrou queda de 11,06% e a Embraer (EMBR3) de 8,41%.

No exterior, a American Airlines Group (AAL), negociada em Nasdaq, em Nova York, caiu 8,84%. A United Airlines (UAL), na mesma bolsa, teve queda de 9,54%. Os papéis da Delta Air Lines (DAL) na Bolsa de Nova York registram desvalorização de 8,31%.

Na Europa, as ações da IAG, controladora da British Airways, despencaram 14,85%, e as da Ryanair caíram 11,62%, ambas na bolsa de Londres. As ações da Air France-KLM caíram 9,45%, negociadas em Paris, e as da Lufthansa baixaram 12,84%, negociadas em Frankfurt.

Alan Gandelman, CEO da Planner Corretora, ressalta que o estresse do mercado nesta sexta está relacionado ao medo de que uma nova pandemia tão grave como a que começou em março de 2020 afete novamente as economias globais e o trânsito de pessoas.

Para as empresas do segmento de aviação e turismo, a situação é ainda mais grave porque havia a expectativa de uma recuperação neste fim de ano, com o aumento do fluxo de viajantes.

“As companhias aéreas estavam começando a respirar um pouco e já pegaram pela frente a alta da querosene de aviação, que fez com que as passagens subissem muito nos últimos meses. As companhias estavam operando com demanda maior e oferta menor para tentar equilibrar as margens, e esperava-se que com esse período de festas e férias, com a abertura de fronteiras internacionais, além da volta de viajantes corporativos, as empresas aéreas pudessem se recuperar. Agora, a incerteza é muito grande”, afirma Gandelman.

Variante

Israel, Bélgica e Hong Kong confirmaram casos da nova cepa e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nota técnica nesta sexta-feira recomendando que o governo brasileiro adote medidas de restrições para voos e viajantes vindos de seis países africanos.

União Europeia, Reino Unido e Índia estão entre os países que já anunciaram controles de fronteira, alfandegários e de viagens mais rígidos enquanto os cientistas procuram determinar se a mutação é resistente às vacinas.

Por outro lado, algumas empresas conseguem se destacar no pregão pelo mundo. É o caso das fabricantes de vacinas.

Enquanto as bolsas americanas amargaram perdas de mais de 2%, os papéis da Moderna e BioNTech disparavam 20,57% e 14,19%, respectivamente, na Bolsa de Nasdaq.

Os ativos da Novavax subiram 8,95%. Na Bolsa de Nova York (Nyse), os ativos da Pfizer tiveram valorização de 6,11%. Os papéis da Johnson & Johnson, por sua vez, cediam 0,65%.

No continente europeu, a AstraZeneca tem baixa de 1,14% na Bolsa de Londres, uma queda menor do que a de companhias aéras e petroleiras.

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