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Estudantes e trabalhadores gaúchos protestam contra bloqueio de verbas na educação

Porto Alegre é uma das cidades que volta a se manifestar. (Foto: Gabriella Rocha/O Sul).

Por Bárbara Macedo e Gabriella Rocha*

Nesta quarta-feira (15), universidades federais do Rio Grande do Sul e parte das escolas públicas do Estado paralisam as atividades como forma de protesto contra o bloqueio de verbas para a educação, anunciados pelo Governo Federal. De acordo com a Secretaria Estadual da Educação, dados parciais indicam que, das 248 escolas estaduais de Porto Alegre, 44 estão paradas, 43 funcionam em parte e 63 mantêm as atividades normalmente. A ação acontece em todos os estados e principais polos do Brasil.

O Instituo de Educação recebeu um abraço em forma de manifestação no início da tarde, por parte de estudantes, professores, servidores e sindicalistas que se reuniram na rua Sarmento Leite, para protestar contra os cortes na educação.
Em uma manifestação pacífica e organizada, acompanhada por policiais da Brigada Militar, a população demonstrou a preocupação com as instituições públicas de ensino, que correm o risco de fechar as portas antes mesmo do ano acabar.

(Vídeo: Gabriella Rocha)

Para Michele Barreto de Freitas, estudante do curso de farmácia da UFRGS, o bloqueio não afeta só a educação pública como também o sistema único de saúde (SUS). Segundo a estudante, aulas práticas já começaram a ser cortadas em seu curso.

 

(Michele Barreto de Freitas, estudante do curso de farmácia da UFRGS)

O estudante de medicina da UFCSPA, Antonio Augusto Gurgel do Amaral, conta que na universidade onde ele estuda já foram cortadas três bolsas das capes, de estudantes que tinham pesquisas em desenvolvimento. Além destas, “compras de materiais e subsídios e investimentos laboratoriais, que precisamos para se formar como médicos e atender a população, vão ser afetados com esse corte, prejudicando muito nosso curso”, como Antonio pontuou. “O meu maior pesar é ver pessoas que estão justificando de uma forma ou de outra estes cortes”.

 

(Antonio Augusto Gurgel do Amaral, 23 anos, estudante de medicina UFCSPA)

Nesse cenário, Átila Tresohlavy, estudante de fisioterapia da UFRGS, pontua que as maiores consequências da medida afetam os estudantes que trabalham para se manter na universidade: “aqueles que tem condições de vida mais difíceis são o que estão sendo mais afetados com esse processo, perdendo cada vez mais a possibilidade de entrar na faculdade, mas também de quando entrar conseguir permanecer nela. A gente entende que com os cortes, esses estudantes não terão acesso ao R.U, a casa do estudante e a bolsas, assim ficando cada vez mais escanteados da universidade”, conforme declarou.

*Estagiárias sob supervisão de Marjana Vargas
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