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Acusação de assédio sexual complica a vida do pastor e deputado Marco Feliciano

Patrícia Lélis em uma selfie com o pastor. (Crédito: Reprodução)

Os bastidores da misteriosa viagem de Patrícia Lélis para São Paulo, onde caiu nas mãos de Talma Bauer, chefe de gabinete do deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), envolvem mentiras, “amigos” conhecidos pela internet, ofertas de emprego em TV, hotel pago para uma semana e recados intimidadores até a jovem parar no 3 Distrito Policial paulista para denunciar todos os envolvidos.

Ela confirmou as denúncias ao registrar mais dois BOs (Boletins de Ocorrência) na Delegacia da Mulher em Brasília. Patrícia acusa Feliciano de assédio sexual, agressão e tentativa de estupro dentro do apartamento funcional do deputado em Brasília, em uma história recheada de vaivéns.

Guerra de versões.

Desde a entrada da polícia no caso, começou uma guerra de versões. Confrontados pelo delegado Luís Hellmeister, os personagens foram entregando episódios e personagens com detalhes surpreendentes.

A jovem envolveu diretamente o jornalista Emerson Biazon no caso. Ela disse que ele lhe ofereceu um emprego na Record de Campinas (SP) e viajou com ele para São Paulo, ficando hospedada em um hotel – onde ela diz ter ficado em cárcere privado. O delegado o mandou comparecer na delegacia. Biazon entregou seu iPad e confessou que recebeu 20 mil de Bauer – parte de 50 mil negociados para silenciar Patrícia.

Bauer diz que não sabe de dinheiro algum. Biazon diz que o iPad tem provas de uma negociação do dinheiro, envolvendo até Patrícia, e a jovem nega que tenha aceitado qualquer quantia. Ela ressalta que foi a São Paulo atrás do emprego prometido por Biazon. Pressionada pelo delegado, relatou: “Eu disse a Emerson [Biazon] que eu não queria dinheiro algum. Se ele quisesse dinheiro do Bauer, que ele negociasse para ele, mas não para mim”.

Até agora, os 20 mil reais apreendidos continuam sem dono em uma gaveta da delegacia. Hellmeister estava decidido a pedir a prisão temporária de Bauer até Biazon aparecer com a nova versão. O delegado, então, decidiu soltar Bauer e recolher o iPad do jornalista para começar, com a calma e a minúcia com que a polícia deve trabalhar, a chegar até a verdade: quem está mentindo no jogo.

Biazon virou um personagem chave. Após virar alvo da polícia, agora passa a ser investigado pela Delegacia da Mulher. Bauer continua solto e deve aparecer em Brasília para suas funções.

Após dias de silêncio, o deputado Feliciano gravou um vídeo em que se defende e alerta que foi falsa a comunicação de crime por parte da jovem. Feliciano será investigado pela Delegacia da Mulher do DF e pela Procuradoria Geral da República. (Leandro Mazzini/AD)

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