O ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli negou que tenha participado de esquema de desvio de recursos da estatal em benefício das campanhas do hoje ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, ao governo da Bahia. Para provar seu distanciamento da administração pública e da política, Gabrielli disse estar, neste momento, no “glorioso Pelourinho”, em Salvador (BA).
“Sou um cidadão aposentado da universidade. Tenho quatro anos fora da Petrobras. Estou no glorioso Pelourinho, vivendo as energias dos orixás baianos e não tenho como escapar das acusações”, queixou-se. Ao responder se seria necessário apelar por maior proteção divina, Gabrielli disse: “Estou protegido pelos orixás. Certamente já estou protegido”.
Ele disse, porém, que a ausência de provas contra ele não se deve aos orixás, mas à sua inocência: “Não tem nada que chegue a mim. Não tem nada contra mim”. Em sua delação, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró disse que “houve um grande aporte de recursos para o candidato Jaques Wagner, dirigido por Gabrielli”.
Wagner foi eleito ao governo da Bahia em 2006 e reeleito em 2010. Gabrielli havia decidido transferir para a Bahia o setor financeiro da estatal e, para isso, foi construído um prédio em Salvador, de acordo com o relato de Cerveró. “Foi construído o prédio para a área financeira da Petrobras, onde também houve propina para a eleição”, disse Cerveró.
