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Adolescente que matou a família: polícia ainda tem perguntas a responder para concluir o inquérito do crime que chocou o País

As vítimas ao lado do adolescente apreendido pelos assassinatos. (Foto: Reprodução)

O caso do adolescente de Itaperuna, no interior do Rio de Janeiro, que matou os pais e o irmão de 3 anos, envolve o trabalho de duas delegacias. Uma delas fica no estado do Mato Grosso, onde a namorada do menino mora. Na última quarta-feira, quando os corpos das vítimas foram localizados na cisterna da casa da família, o menino confessou a autoria, revelou a arma utilizada e deu indícios da motivação do crime.

Apesar disso, a 143ª DP (Itaperuna) ainda tem uma série de perguntas a responder para concluir o inquérito, a exemplo, se o garoto teve ajuda de alguém ou foi influenciado por alguém.

– 1) Qual a motivação do crime? O delegado Carlos Augusto Guimarães, titular da 143ª DP (Itaperuna), trabalha com duas linhas de investigação. A primeira seria um desentendimento entre o adolescente e os pais, após ele ter sido proibido de viajar ao Mato Grosso para encontrar a namorada. Já a segunda, diz respeito a uma pesquisa de internet feita pelo adolescente sobre “como receber FGTS de falecido”. O pai teria direito a receber R$ 33 mil.

– 2) A namorada participou? A menina de 15 anos, natural de Água Boa, no Mato Grosso, conheceu o adolescente em 2019, durante partidas de jogos online. O namoro virtual não era aprovado pelos pais do garoto, o que pode ter gerado conflitos na família. Na quinta-feira, ela prestou depoimento à polícia e negou qualquer participação no crime. No entanto, a polícia está ouvindo testemunhas e aguarda acesso às conversas telefônicas entre os jovens.

– 3) Outras pessoas estão envolvidas? Para além da suspeita sobre a namorada, a polícia investiga se há pessoas envolvidas no crime, como vizinhos ou contatos online. Segundo o delegado, o assassinato em si não teve testemunhas, pois aconteceu de madrugada no quarto da família.

– 4) Como era a relação da família? Há histórico de violência? Nas redes sociais, a família demonstrava ser amorosa, compartilhando momentos da rotina e de datas comemorativas. O pai do adolescente, por exemplo, costumava fazer declarações de aniversário ao filho, chamando-o de “anjo de Deus”, “companheirinho”, “amigão”, e destacando suas qualidades: “irmão cuidadoso”, “aluno exemplar”, “pura ternura”. A polícia vai ouvir pessoas próximas ao rapaz para saber se a relação da família ainda se mantinha assim ou se havia algum histórico de violência.

– 5) O adolescente integrava algum grupo de ódio online? À polícia, o garoto contou que jogava online e interagia virtualmente com diversas pessoas. A partir do acesso às contas dele, os agentes vão conseguir mapear suas relações, os conteúdos que consumia e se era influenciado ou aliciado a cometer crimes. As informações são do jornal Extra.

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