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Advogada de delatores da Lava-Jato decide renunciar a todos os clientes

Conforme criminalistas que atuam na defesa dos réus, Beatriz irá mudar de país. (Foto: Reprodução)

A advogada Beatriz Catta Pretta, responsável por negociar os principais acordos de delação premiada na Operação Lava-Jato, está se desligando de todas as ações relacionadas à investigação. Criminalistas que atuam na defesa de réus que foram seus clientes confirmaram que a advogada decidiu se afastar dos casos para mudar de país. Um dos locais apontados seria Miami (EUA), onde Beatriz possui um escritório desde o ano passado.

Na segunda-feira, ela apresentou à Justiça Federal petições informando seu desligamento das defesas do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco e do ex-executivo da Toyo Setal Augusto de Mendonça Neto. A advogada também se desligou da defesa de clientes que não estão sendo investigados pela Lava-Jato, como o empresário Lúcio Funaro.

“Ela enviou um e-mail pedindo que eu indicasse outro profissional no prazo de dez dias para substituí-la nos processos em que era minha procuradora”, afirmou Funaro, que era cliente de Beatriz há quase dez anos. A mensagem foi enviada na segunda-feira, de acordo com o empresário. Há duas semanas, a CPI da Petrobras aprovou a convocação da advogada para dar explicações sobre como seus clientes estão custeando suas respectivas defesas.

Nos bastidores, a manobra foi citada como uma retaliação ao fato de Beatriz ter obtido junto ao STF (Supremo Tribunal Federal) o cancelamento das acareações da CPI com Barusco. Dois dias depois, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) enviou um ofício à CPI da Petrobras com o objetivo de reverter a convocação.

Além de Barusco, a advogada foi responsável por representar o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, as filhas dele, Ariana Azevedo Costa Bachmann e Shanni Azevedo Costa Bachmann, os genros, Humberto Sampaio de Mesquita e Marcio Lewkowicz, e o lobista Júlio Camargo. (Folhapress)

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