Em 1959, Charles Stillman era um estudante de direito que estagiava na Corte de Nova York (EUA). Assistente de juiz, atuou no julgamento que levou à condenação de 20 líderes da máfia no chamado caso Bufalino. Já formado, em 1962, Stillman começou a carreira como promotor do Estado, especializado em crimes de colarinho branco. Foram inúmeras arguições em processos de fraude desde então.
Ao longo de cinco décadas, o norte-americano criou uma reputação de advogado competente, que abraça causas difíceis e controversas sem embaraço. Com esse gabarito, Stillman foi contratado pelo ex-presidente da CBF José Maria Marin para sua defesa no processo nos Estados Unidos por suposto envolvimento no escândalo de corrupção do futebol mundial.
Nas primeiras horas após a extradição de Marin, o norte-americano centralizou a defesa, e orientou os colegas brasileiros a não comentarem questões processuais. Na segunda-feira, Stillman conseguiu a prorrogação do prazo para completar a publicação das garantias da fiança acertada com a Justiça. Ele fez o pedido, na semana passada, antes mesmo de ter formalizado sua atuação na defesa do réu.
Em um processo que deverá durar pelo menos um ano, Stillman precisará convencer o juiz de que Marin é inocente no esquema de propinas investigado pelo FBI (a polícia federal norte-americana). (Folhapress)