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A chefe de Gabinete do presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região em Porto Alegre manifestou-se pela prisão de Lula na internet

Chefe de gabinete do presidente do TRF-4, Daniela Tagliari Kreling Lau, defendeu a prisão do ex-presidente nas redes sociais. A denúncia é do deputado Pepe Vargas. (Foto: Reprodução)

Os advogados de Lula estudam pedir investigação sobre supostas tentativas externas de influenciar os desembargadores do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) no julgamento do petista.

O desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, presidente do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), fez declarações públicas defendendo a sentença do juiz Sérgio Moro contra Lula classificando-a como “irretocável” e “tecnicamente irrepreensível”, mesmo sem ter lido a peça. Depois, a sua chefe de gabinete do ministro, Daniela Tagliari Kreling Lau, também defendeu a prisão do ex-presidente nas redes sociais. A denúncia é do deputado Pepe Vargas (PT-RS):

Segundo o TRF-4, o entendimento do presidente é de que a servidora estava exercendo o direito de se manifestar, como cidadã, em caráter particular.

Policiamento durante o julgamento

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse que a PM (Polícia Militar) do Rio Grande do Sul tem todas as condições de garantir a segurança no Estado no dia do julgamento de Lula. “Não há sinais de descontrole”, afirma ele. Jungmann negou o envio do Exército ao Estado, como pediu o prefeito Nelson Marchezan Jr. (PSDB).

Segundo o comandante da Defesa, “é preciso um trabalho de prevenção, como revistar os ônibus [com manifestantes] nas estradas e separar as tribos [a favor e contra o PT], o que a PM tem toda a condição de fazer”. O ministro diz ainda que “não há por que dramatizar e espetacularizar o julgamento do Lula. É um fato importante, sem dúvida, mas nada indica que levará à desordem pública”. Trata-se de uma resposta ao prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior. Ofícios assinados pelo prefeito foram enviados ao presidente Michel Temer e ao ministro da Defesa pedindo efetivos das Forças Armadas para a segurança de Porto Alegre durante o julgamento de Lula.

Marchezan também pediu ao governador José Ivo Sartori e ao secretário da Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Cezar Schirmer, mobilização da Brigada Militar e da Polícia Civil.

O julgamento será realizado no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), na área central da cidade, no dia 24 de janeiro.

O tribunal julgará um recurso da defesa do petista, que foi condenado a nove anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex em Guarujá (SP), no litoral de São Paulo. A sentença foi dada pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava-Jato em primeira instância.

Lula comunicou a dirigentes do PT que vai comparecer ao seu julgamento no TRF-4. Ele deve chegar à Capital gaúcha no dia 22 ou 23 e participar das manifestações preparadas pelo PT. A direção do partido prepara um grande ato de recepção a Lula no próprio dia 24, na volta do petista a São Paulo.

No dia seguinte, a executiva nacional do PT fará uma reunião ampliada para reafirmar a candidatura do ex-presidente ao Palácio do Planalto nas eleições de 2018, seja qual for o resultado do julgamento.

O ato de recepção em São Paulo deve ser o ponto alto das mobilizações organizadas pelo PT e movimentos sociais que defendem o direito de o ex-presidente ser candidato. Além da recepção, o PT prepara uma onda de eventos que começará no dia 13, com um “dia nacional de mobilização”, e vai até o dia seguinte ao julgamento. Lula lidera as pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República em 2018.

No dia 23, a presidente cassada Dilma Rousseff vai participar da abertura de uma vigília no Parque Harmonia, em frente ao TFR-4. Há cerca de duas semanas, a Justiça Federal decidiu proibir um acampamento que o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) pretendia fazer no parque, mas liberou o local para manifestações, com preferência para os grupos que apoiam o ex-presidente. O MST negocia com as autoridades da Capital gaúcha outro local para o acampamento.

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