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Advogados de presos na Operação Lava-Jato devem levar ao Supremo pedidos de extensão da decisão que beneficiou José Dirceu aos seus clientes

Anulação de condenações abre espaço para que Dirceu dispute uma vaga na Câmara dos Deputados por São Paulo em 2026. (Foto: Agência Brasil)

Advogados de presos na Operação Lava-Jato em Curitiba (PR) devem pedir ao STF (Supremo Tribunal Federal) a extensão, aos seus clientes, da decisão que permitiu a soltura do ex-ministro José Dirceu. A tendência de libertação de presos sem dupla condenação, manifestada ontem na Segunda Turma da Corte, foi tratada por vários setores como “o mais duro golpe” contra a força-tarefa.

Em sua página do Facebook, o coordenador da força-tarefa Deltan Dallagnol disse ter faltado coerência aos ministros do STF e argumentou considerar que a prisão “é um remédio amargo”, porém “necessário para proteger a sociedade contra o risco de recidiva, ou mesmo avanço, da perigosa doença exposta pela Lava-Jato”, numa referência à corrupção.

O procurador descreveu três habeas corpus julgados pelos mesmos ministros nos últimos seis meses — dois envolvendo acusados de tráfico de drogas e um envolvendo corrupção no interior do Piauí. Para ele, situações em que a Segunda Turma teria votado “para manter presas pessoas em situação de menor gravidade”.

“O STF é a mais alta Corte do País. É nela que os cidadãos depositam sua esperança, assim como os procuradores da Lava-Jato. Confiamos na Justiça e, naturalmente, que julgará com coerência, tratando da mesma forma casos semelhantes. Hoje, contudo, essas esperanças foram frustradas”, escreveu o procurador, para quem outros presos que representam “risco real à sociedade” podem vir a ser soltos.

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