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Agrotóxicos matam abelhas e ameaçam a cultura da uva

Pesquisas mostraram aumento da ameaça às abelhas e à polinização de algumas culturas importantes no País. (Foto: Reprodução)

Nos últimos dias, pesquisas mostraram aumento da ameaça às abelhas e à polinização de algumas culturas importantes no país, como a da uva, pelo uso de agrotóxicos. Apesar disso, mais agrotóxicos que podem matar abelhas foram recentemente aprovados pelo governo, dentro de um pacote de 40 produtos. As informações são da colunista Mara Gama, do jornal Folha de S.Paulo.

Um estudo apontou que 80% dos casos de mortandade de abelhas no Rio Grande do Sul em 2018 foram devido ao uso do agrotóxico Fipronil. De acordo com Câmara Setorial da Apicultura, nas cidades de Alegrete, Bagé, Caçapava do Sul, Cruz Alta, Frederico Westphalen, Santana do Livramento, Santiago e São José das Missões houve mortandade de colmeias inteiras, com 30 casos registrados. A notícia saiu no Canal Rural.

Os casos decorreram da ingestão ou contato com o inseticida Fipronil. O produto é usado no Brasil para proteger sementes de soja contra insetos.

A contaminação não é recente. Entre 2014 e 2017, um levantamento analisou cerca de 200 ocorrências e detectou Fipronil em 70% das amostras. Há registro de mortandade de abelhas pelo mesmo agrotóxico no Reino Unido, na França e da África do Sul. A União Europeia proibiu o uso do agrotóxico no cultivo em 2017.

O polo produtor de vinho do Rio Grande do Sul também está sendo vítima do uso de um agrotóxico na cultura da soja. Segundo reportagem do Globo Rural, a contaminação atinge o polo vitivinícola – Quaraí, Dom Pedrito, Santana do Livramento, Candiota e Bagé – e também áreas de plantio de oliveiras.

De acordo com a reportagem, a contaminação de parreirais é pelo agrotóxico 2,4-D, usado nas lavouras de soja. Como resultado, a colheita deve cair 40%. A região mais atingida seria a da Campanha, fronteira com o Uruguai.

O 2,4-D tem sido responsabilizado por alterações genéticas capazes de desencadear o câncer, alterações do sistema hormonal, má-formação fetal e toxicidade neurológica.

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