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Alexandre de Moraes vê ação de Eduardo para impedir o julgamento de Bolsonaro no Supremo

"As ações incessantes de Eduardo Bolsonaro, estando inclusive localizado em país estrangeiro, demonstram a possibilidade de um risco de fuga", diz Moraes. (Foto: Antonio Augusto/STF)

Na decisão de oito páginas em que determina o reforço de policiamento na
casa de Jair Bolsonaro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes cita Eduardo Bolsonaro como um dos fatores que justificam a adoção do monitoramento integral da polícia sobre o ex-presidente da República.

Para Moraes, com a proximidade do julgamento de Bolsonaro na
ação da trama golpista, o filho do ex-mandatário atua para tentar impedir que
o pai sofra uma condenação na Corte.

“A atuação delitiva de Eduardo Bolsonaro para interferir diretamente no
curso da AP 2.668/DF com o objetivo de evitar qualquer pronunciamento
judicial definitivo por este STF com relação ao seu pai, Jair Bolsonaro, se
intensifica com a possibilidade de conclusão do julgamento da AP 2.668/DF”,
diz Moraes.

“As ações incessantes de Eduardo Bolsonaro, estando inclusive localizado em
país estrangeiro, demonstram a possibilidade de um risco de fuga por parte
de Jair Bolsonaro, de modo a se furtar da aplicação da lei penal, notadamente
em razão da proximidade do julgamento de mérito da AP 2.668/DF,
agendado na Primeira Turma desta Suprema Corte entre os dias 2/9/2025 e
12/9/2025”, segue Moraes.

Julgamento

O dia 2 de setembro será o primeiro dia de julgamento que pode condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados pela trama golpista ocorrida para tentar reverter o resultado das eleições de 2022.

A sessão será aberta às 9h pelo presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin.

Em seguida, o ministro chamará o processo para julgamento e dará a palavra a Alexandre de Moraes, que fará a leitura do relatório, que contém o resumo de todas as etapas percorridas no processo, desde as investigações até a apresentação das alegações finais, etapa finalizada no dia 13 e que representa a última fase antes do julgamento.

Após a leitura do documento, Zanin passará a palavra para a acusação e as defesas dos réus.

A ação penal se refere ao núcleo crucial da trama e será julgada pela Primeira Turma da Corte. O colegiado é responsável pela análise do caso porque o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, pertence à Primeira Turma.

O rito que será adotado no julgamento está previsto no Regimento Interno do STF e na Lei 8.038 de 1990, norma que regulamenta as regras processuais do tribunal.

— São réus do núcleo crucial da trama golpista:

* Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;

* Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);

* Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;

* Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;

* Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);

* Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;

* Walter Braga Netto, ex-ministro de Bolsonaro e candidato à vice na chapa de 2022;

* Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. (Com informações da revista Veja e da Agência Brasil)

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