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Aliados do governo questionam a competência do ministro do Supremo Edson Fachin para conduzir as investigações relativas às delações da JBS

Fachin é o relator da Lava-Jato no STF. (Foto: Nelson Jr./STF)

Em conversa com integrantes do Judiciário, interlocutores do governo passaram a questionar a competência do ministro Luiz Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), para conduzir as investigações relativas às delações da JBS.

O argumento é que as revelações de Joesley Batista e mais seis delatores não têm relação com o esquema de corrupção desenvolvido no âmbito da Petrobras e, por isso, não precisariam ficar no gabinete do relator da Lava-Jato na Corte. A competência de Fachin deve ser questionada no STF na quarta-feira (24), quando o plenário vai debater o recurso da defesa que pede a suspensão do inquérito que corre contra o peemedebista com base na delação.

Fachin homologou a delação premiada e autorizou que durante o processo de investigação fossem feitas ações controladas, nas quais foram feitas flagrantes em vídeo de entrega de propina. Advogados, assessores do STF e ministros de tribunais superiores em Brasília não acreditam, no entanto, que o plenário vá deixar Fachin isolado ou reverter a abertura de investigação do presidente.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não se opôs à realização da perícia nas gravações, mas argumentou que o inquérito não deve parar à espera da análise. A deliberação do STF de quarta-feira é aguardada pelo Planalto, partidos da base e ministros do Tribunal Superior Eleitoral como um sinal decisivo sobre o futuro do governo Temer.

A prevenção de Fachin para conduzir os casos da holding J&F foi estabelecida no STF em razão da conexão com ao menos quatro casos que já estão sob relatoria do responsável pela Lava-Jato: os dois inquéritos que investigam a formação de uma organização criminosa pelo PMDB, a delação do ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loteria da Caixa Fábio Cleto e um inquérito com base na delação da Odebrecht que investiga os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência). (AE)

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