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Aliados do presidente da Câmara dos Deputados já passam a defender sua renúncia

“Ficarei na saia justa porque será a primeira peça que efetivamente contempla as exigências legais e constitucionais”, disse Cunha (Foto: Gustavo Lima/Câmara dos Deputados)

Até pouco tempo respaldado por uma ampla base de deputados governistas e da oposição, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), viu seu apoio ruir com a revelação dos documentos das contas secretas na Suíça nas quais teria recebido propina de corrupção na Petrobras. Muitos de seus aliados, de opositores e de integrantes de seu próprio partido, passaram a defender que Cunha se afaste do cargo para tentar salvar seu mandato.

A “solução Renan Calheiros”, referência ao presidente do Senado, que em 2007 renunciou à presidência da Casa para escapar de um processo de cassação, foi citada por vários deputados próximos a Cunha como a melhor alternativa no momento.

Em conversas por telefone ontem, os líderes da oposição – PSDB, DEM, PPS e SD – avaliaram que a situação de Cunha é “insustentável”. O grupo se reunirá na segunda-feira para definir um pronunciamento sobre o tema. Por enquanto, reiteram a nota divulgada no sábado em que apenas defendem o afastamento de Cunha da presidência da Câmara. Cresceu até entre os entusiastas do impeachment a ideia de que Cunha já não tem “legitimidade” para conduzir o processo contra a presidenta Dilma Rousseff, na Câmara.

“A casa caiu, ele está perdendo o timing de tudo. Como vai fazer impeachment agora? Vai ficar claro que é por vingança, perde muito a credibilidade”, disse um deputado da oposição.

A cúpula do PMDB enfrenta um misto de constrangimento e de espera. Para ministros e parlamentares, a tradição do partido não é perseguir seus integrantes, até porque muitos já sofreram investigações. (AG)

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