Ícone do site Jornal O Sul

Aliados do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, se dividem sobre um “plano B” caso sua reeleição seja barrada

Presidente do partido de Bolsonaro, Valdemar Costa Neto diz que Alcolumbre (foto) vai “pagar caro” se não pautar anistia. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Apesar da confiança do entorno de Davi Alcolumbre (DEM-AP) de que sua candidatura à reeleição será liberada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), senadores já discutem um “plano B” caso a ideia vá por água abaixo, mas estão divididos entre lideranças de diversos partidos.

No DEM, a tendência é apoiar um nome do MDB, maior bancada do Senado. Em troca, haveria endosso a um nome do DEM na Câmara dos Deputados. Juntos, DEM e MDB somam 19 senadores. Há uma disputa interna pelo nome, porém. Os dois cotados são Eduardo Braga (AM), líder do MDB, e Eduardo Gomes (TO), líder do governo no Congresso Nacional.

Enquanto Gomes agradaria por manter o perfil de Alcolumbre, de ter um bom relacionamento com o Palácio do Planalto, Braga seria um nome mais de centro, que não carrega o “estigma” de governista.

Já no PSD, bancada em crescimento e segundo maior grupo do Senado, há a avaliação de que esse seria o momento de mostrar força e apresentar um candidato do partido. Otto Alencar (BA), líder da legenda, é citado como um nome que agregaria mais senadores de oposição do que Eduardo Braga. Já a ala mais governista do partido, porém, aderiria a uma candidatura do MDB.

Além disso, independentemente da liberação para a reeleição de Alcolumbre, o grupo “Muda Senado”, de cerca de 20 senadores, irá escolher um candidato que represente as pautas do grupo, como a defesa da Operação Lava-Jato e a investigação de tribunais superiores.

Não definimos candidatura”, diz Major Olímpio (PSL-SP), integrante do grupo. “Estamos trabalhando na estratégia para vencer. Todos têm plena condição, mas lá na frente vamos ver quem se habilita e escolheremos um. Vamos montar um programa com objetivos e metas que o candidato terá que se comprometer.”

Segundo ele, o candidato “eventualmente pode até ser alguém que não componha o Muda Senado, mas que assuma os compromissos que temos como fundamentais”. O grupo, porém, é desacreditado pelos demais senadores, que não enxergam força na potencial candidatura.

Aliados de Alcolumbre rechaçam a especulação em torno de possíveis nomes alternativos e estimam que o senador tenha em torno de 60 votos — na prática, todos os parlamentares exceto o Muda Senado.

Quem tem plano B não tem plano A”, diz Marcos Rogério (DEM-RO).

Na semana passada, o PTB entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que a Corte impeça a reeleição nas Mesas do Senado e da Câmara. A cúpula do Senado comemorou, já que o processo é visto como o “gatilho” para que o STF decida sobre o assunto. O processo será relatado pelo ministro Gilmar Mendes e há expectativa no Senado que ele possa decidir por meio de liminar. Alcolumbre acredita que a maioria na Corte é favorável a abrir-lhe a possibilidade de reeleição. A Constituição veda a recondução para as presidências da Câmara e do Senado numa mesma legislatura, o que impediria Alcolumbre e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de buscarem um novo mandato em 2021. As informações são do jornal O Globo.

 

Sair da versão mobile