A empresa Aldoro, de Rio Claro (SP), é citada em relatório da Conflict Armament Research, encomendado pela União Europeia e divulgado na quinta-feira. A pesquisa mostra que 51 empresas de 20 países estão envolvidas no fornecimento de substâncias para explosivos, que não podem ser rastreados quando chegam a áreas de conflito.
O relatório mostra que mais de 700 componentes, cabos e outros produtos químicos de diferentes países foram utilizados pelo EI (Estado Islâmico) na fabricação de bombas. A Aldoro fabrica pigmentos metálicos de alumínio e pasta de alumínio.
“Brasília nos ligou para dizer que um balde de nosso produto, que pode ser usado em explosivos, havia sido encontrado na Síria”, explicou o diretor da Aldoro, Stassan Martendal. A empresa, que exportava as substâncias para a Turquia e a Jordânia, suspendeu as vendas.
“É impossível rastrear o que acontece com o produto ao chegar nesses países que fazem fronteira com a Síria”, explica. Treze companhias turcas participam da cadeia de abastecimento do EI. O relatório chama a atenção para o fato de o país funcionar como “ponto de distribuição” dos componentes usados pelos extremistas. Tratam-se de substâncias explosivas, contêineres e cordas. Esses distribuidores turcos repassaram material produzido no Brasil, China, Índia, Holanda, Romênia e Rússia para intermediários de membros do EI. (AD)