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Ameaça de procuradores de deixar a Lava-Jato se o Congresso aprovar punição a juízes e ao Ministério Público pode ter sido “reação de cabeça quente”, diz procurador-geral da República

Dificilmente se compreende a motivação do relato tardio e aterrador, seja ele real, exagerado ou falso. (Foto: Agência Brasil)

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, demonstrou certa contrariedade com o discurso dos procuradores da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba (PR) de ameaçar renunciar à investigação se o Congresso aprovar e o presidente da República sancionar a punição a juízes e membros do Ministério Público por abuso de autoridade. A polêmica medida foi aprovada pela Câmara e segue para votação no Senado.

Em entrevista concedida por telefone ao jornal Folha de S.Paulo, Janot, que está na China, afirmou que a declaração dos procuradores pode ter sido uma “reação de cabeça quente”. “Estou longe daí do Brasil. Não estou percebendo o contexto deles. Isso pode ter sido também uma reação das pessoas de cabeça quente, mas não consigo avaliar porque estou na China. Eu soltei uma nota à imprensa dizendo o contrário: que todos os colegas concentrem esforços no seu trabalho de maneira objetiva e profissional, sem ideologia, e que toquem para frente todas suas investigações e seus processos. Essa é a resposta. A resposta tem que ser institucional e profissional.”

“Eu fico estupefato no sentido de que a Câmara não tenha tido a sensibilidade de entender o momento histórico do País. Poderíamos ter dado um passo gigantesco no nosso processo civilizatório no que se refere ao combate à corrupção e ao crime organizado. Eu fico assustado de ver que esse momento não foi percebido. O Brasil resolveu fazer um ponto e vírgula e engatar uma marcha ré no combate à corrupção”, declarou Janot. (Folhapress)

 

 

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