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Analistas veem risco de agências voltarem a rebaixar a nota do País

O Brasil está dois níveis abaixo do grau de investimento nas principais agências. (Foto: JB Neto/AE)

Algo descartado pelo mercado até poucos dias atrás, o risco de um novo rebaixamento da nota de crédito do Brasil voltou a ser discutido por economistas em razão da crise política, intensificada com a delação de Joesley Batista. Para o Deutsche Bank, é seguro dizer que o risco de novos rebaixamentos aumentou significativamente, ainda que seja cedo para concluir algo sobre o destino das reformas previdenciária e trabalhista.

Economista do banco japonês Nomura, João Pedro Ribeiro não enxerga uma disposição imediata para um rebaixamento, mas diz que, se as chances de aprovação da reforma da Previdência continuarem pequenas, a queda na classificação se tornará uma possibilidade bem real. O Brasil está dois níveis abaixo do grau de investimento (o selo de bom pagador, espécie de reconhecimento de que o País é um lugar seguro para os investidores) nas três principais agências: Fitch, S&P e Moody’s. A diferença é que Fitch e S&P mantêm perspectivas negativas para o País, enquanto a Moody’s alterou a perspectiva da nota para estável no início do ano, em um primeiro sinal de confiança de que o risco de novos reveses para o país fora afastado.

Economistas tinham a avaliação de que Fitch e S&P aguardavam um encaminhamento mais claro das reformas para, possivelmente, melhorar a sinalização. E até os mais pessimistas descartavam um novo rebaixamento. A Fitch informou que manteve a nota de crédito do Brasil em grau especulativo, citando incertezas na recuperação econômica, preocupações políticas e fraqueza estrutural das finanças. Já a Moody’s disse que as alegações envolvendo Michel Temer prejudicam a perspectiva de crédito, ameaçando paralisar ou reverter o momento positivo na economia.

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