A Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS) é uma espécie de defasagem na proteção magnética da Terra localizada sobre o Atlântico Sul, mais especificamente nas regiões Sul e Sudeste do Brasil e que se estende até o Continente Africano.
Especialistas estudam o campo magnético do planeta para tentarem entender o fenômeno, que é gerado no núcleo de ferro líquido superaquecido a pelo menos 3 mil quilômetros da crosta terrestre. O campo magnético, uma espécie de escudo protetor contra radiação cósmica e ventos solares, surge a partir das correntes elétricas na região, dentre outros fatores.
As agências espaciais querem entender o fenômeno que pode avariar os satélites que passam pela órbita da Terra.
Como essa região tem um campo enfraquecido, as partículas do vento solar passam por essa região com mais facilidade, o fluxo de partículas carregadas que passam por aquela área é muito mais intenso. Isso faz com que os satélites, quando passam por essa região, tenham que, por muitas vezes precisam ficar em stand by, desligar momentaneamente alguns componentes para evitar a perda do satélite, de algum equipamento que venha a queimar. Porque a radiação, principalmente elétrons, nessa região é muito forte. Então é de muito interesse das agências espaciais monitorar constantemente a evolução dessa anomalia, principalmente nessa faixa central.
De acordo com pesquisas publicadas no ano passado, o campo magnético da Terra perdeu 9% de força nos últimos 200 anos, sendo o maior impacto na região da anomalia.
Além do funcionamento dos satélites, especialistas alertam que com a baixa na retaguarda em um ponto específico do planeta, ficamos mais suscetíveis a tempestades magnéticas que podem afetar o dia a dia tecnológico no planeta Terra.
Entender esses casos pode orientar na precaução de blecautes, como o ocorrido em Quebec, no Canadá, em 1989, quando milhões de habitantes ficaram sem energia elétrica e tiveram transmissões de rádio interrompidas.
Além de ser uma ciência antiga, esses fenômenos servem para medidas relevantes, servem de fonte de calibração para os satélites que estão fazendo medidas. São métodos complementares, de acordo com especialistas.
Sobre os mistérios que envolvem a AMAS, popularmente associado aos eventos no Triângulo das Bermudas, o fenômeno é muito mais um desafio tecnológico e que não há conclusões que apontem riscos do fluxo das radiações cósmicas na vida humana.