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Ao assumir a Presidência da República, Mourão não despachará do gabinete de Bolsonaro

Vice-presidente atuará como interino entre domingo e sexta-feira. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

O vice-presidente Antonio Hamilton Mourão não ocupará o gabinete presidencial, localizado no terceiro andar do Palácio do Planalto, ao assumir o comando do governo pela primeira vez, durante a viagem de Jair Bolsonaro para o Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça. Antes de viajar neste domingo (20), Bolsonaro fará a transferência de cargo na Base Aérea de Brasília, às 22h.

Mourão, que deseja fazer uma “interinidade discreta”, despachará de seu gabinete no térreo de um prédio anexo. O vice ficará no comando do governo até a manhã de sexta-feira (25), quando Bolsonaro retornará de Davos.

No período em exercício, Mourão não deverá assinar decretos, conforme previamente acordado com Bolsonaro. Os dois se reuniram na sexta (18) pela manhã no Palácio do Planalto. A previsão é que Mourão se atenha apenas em atos de nomeação e exoneração, a pedido do gabinete presidencial.

Ao voltar de viagem, Bolsonaro viajará para São Paulo, onde será submetido à cirurgia para retirada da bolsa de colostomia. O procedimento está marcado para a segunda-feira,  dia 28, no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. O período de recuperação pode variar de 7 a 14 dias.

Há a expectativa de Mourão assuma a Presidência novamente, mas Planalto ainda estuda a possibilidade de Bolsonaro não precisar se afastar do cargo.

Atividades

No período em que ficará no lugar de Bolsonaro, o general quatro estrelas deve fazer uma viagem ao Rio de Janeiro, para um evento militar, e participar de jantar, na capital federal, promovido por empresários das áreas de infraestrutura e indústria.

Em conversas reservadas, Mourão tem dito que manterá atitude de discrição. Ele evitará despachar no gabinete do presidente, no terceiro andar do Palácio do Planalto, e não tratará de temas polêmicos, como a reforma previdenciária.

Os substitutos do presidente costumam adotar, durante viagens internacionais, postura reservada para evitar suspeitas de que tenham interesse no cargo.  Mourão, por exemplo, continuará a usar o gabinete de vice-presidente.

“No exercício da interinidade, manterei as ordens em vigor recebidas do presidente, sem sobressaltos”, disse o vice-presidente.

Um grupo de dirigentes do PRTB, partido de Mourão, tem articulado uma visita a ele no período da interinidade. Nos últimos dias, parlamentares da sigla têm usado o nome do general, sem a sua autorização, em articulações políticas, o que ele já pediu para ser interrompido.

 

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