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Ao desembarcar na Suíça para o Fórum Econômico Mundial de Davos, Michel Temer disse que a economia brasileira deve crescer 3% neste ano

O presidente brasileiro (D) chegou a Zurique nessa terça-feira, véspera de seu discurso. (Foto: Agência Brasil)

Nessa terça-feira, ao desembarcar com a sua comitiva na Suíça para participar do Fórum Econômico Mundial de Davos, o presidente Michel Temer afirmou que a economia brasileira deve crescer em torno de 3% em 2018. “É complicado dizer desde já. De 2,5% para frente, não há dúvida. Alguns falam até em 3,5%. Vamos ficar em 3%”, declarou, na chegada a Zurique, em rápida conversa com jornalistas.

Segundo ele, o momento é oportuno para vender o Brasil em Davos, onde ele participa do evento nesta quarta-feira, disposto a apresentar oportunidades de investimentos em um montante de R$ 130 bilhões – principalmente no que se refere a concessões na área de infraestrutura.

“Eu tentarei mostrar o novo Brasil no meu discurso”, adiantou. Ele disse, ainda, que preferiu privilegiar encontros com grandes empresários na agenda desta quarta-feira: “A nossa esperança é de que os investidores se interessem cada vez mais pelo País”.

Lula

A participação de Temer no Fórum de Davos será no mesmo dia do julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Porto Alegre, mas ele descartou qualquer impacto negativo do fato sobre a sua participação no evento: “Não vai causar mal-estar nenhum. É natural”, declarou, ao ser questionado por jornalistas da imprensa internacional. “Não creio que haverá constrangimento. Trata-se de um sinal de estabilidade.”

No momento do discurso de Temer, previsto para 10h30min desta quarta-feira (7h30min em Brasília), o julgamento ainda não terá começado. Mas a sentença pode ter saído antes do – ou durante – o jantar a ser oferecido pelos organizadores do Fórum ao chefe de Estado brasileiro, que participa pela primeira vez do evento (no ano passado, ele foi representado pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles).

“Isso significa que as instituições brasileiras estão funcionando, funcionando com muita tranquilidade, o que dá segurança aos investimentos”, finalizou o emedebista.

Agenda

Ao todo, Michel Temer deve participar de pelo menos 11 audiências durante a 48ª edição do Fórum Econômico Mundial de Davos. Na lista de encontros estão os presidentes da Coca-Cola (James Quincey), da ArcelorMittal (Lakshmi Mittal), da AB InBev (Carlos Brito) e do Goldman-Sachs (José Manuel Durão Barroso).

Na agenda oficial do presidente brasileiro também está prevista uma reunião com o primeiro-ministro do Líbano, Saad Hariri. A iniciativa foi motivada pela ligação ancestral do emedebista – cujo nome completo é Michel Miguel Elias Temer Lulia – com o país árabe.

Os seus pais, Nakhoul “Miguel” Elias Temer Lulia e Marchi Barbar Lulia, católicos maronitas, deixaram a cidade libanesa de Betaboura em 1925 com os três filhos mais velhos fugindo de problemas do período posterior à Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

No Brasil, o seu pai comprou uma chácara em Tietê (SP) e instalou uma máquina de beneficiamento de arroz e café, que rapidamente possibilitou a ascensão econômica da família. Os costumes da região originária de sua família sempre estiveram presentes na vida de Michel, caçula de oito irmãos. Ele não domina o idioma árabe mas consegue compreender, de forma básica, algumas conversas na língua de seus antepassados.

No decorrer de sua vida, Temer visitou duas vezes a cidade natal de seus pais. Curiosamente, a principal rua de Betaboura chama-se “Michel Tamer, vice-presidente do Brasil”, em uma tradução para o português.

 

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