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Aplicação na poupança continua mais vantajosa que fundos de renda fixa

Caderneta e 41% dos fundos fixa perdem para inflação projetada. (Foto: Reprodução)

A estabilidade da taxa básica de juros mantém a poupança como um investimento mais atrativo que a maioria dos fundos de investimento de renda fixa, em especial aqueles com taxas de administração mais altas, de acordo com simulações feitas pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade). As informações são do jornal Folha de S.Paulo e da Agência Brasil.

Nesta quarta-feira (19), o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) decidiu manter a Selic (a taxa básica de juros) em 6,5% ao ano, em linha com a expectativa do mercado. A taxa completa 15 meses no atual patamar, o menor da história.

Neste cenário, a Anefac estima o rendimento mensal da poupança em 0,37%.

Pelas contas da associação, os fundos de investimentos tem um rendimento superior às contas da poupança apenas quando suas taxas de administração são de até 1% ao ano, ou quando o prazo de resgate é superior a dois anos com uma taxa anual de até 1,5%.

As modalidades de investimento empatam em rendimento nos casos em que a taxa de administração do fundo é de 1% com resgate em até 6 meses e naqueles em que a taxa é de 1,5% e o resgate acontece no intervalo de um a dois anos.

“Mesmo com a redução da Selic, a poupança vai continuar se destacando frente aos fundos de renda fixa por não pagar imposto de renda nem taxas de administração. Este fato deverá provocar em reduções nos custos das taxas de administração de fundos dos bancos para não perderem clientes”, afirma Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo de estudos e pesquisas econômicas da Anefac.

Decisão esperada

A decisão do Copom era esperada pelos analistas financeiros. Na avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o BC só poderá reduzir a Selic após a aprovação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados. A entidade cobrou engajamento do governo para mudanças na legislação que reduzam os gastos públicos.

A decisão mostra a cautela do Banco Central em relação à tramitação da reforma da Previdência e aos possíveis impactos sobre as variáveis econômicas, como o câmbio, o déficit nas contas públicas e o investimento”, informou a CNI em comunicado.

Para a entidade, existe um ambiente favorável à redução dos juros porque a inflação continua abaixo da meta e porque a economia segue com crescimento baixo. “No plano doméstico, diminuíram as pressões sobre os preços e a inflação continua abaixo da meta, e as dificuldades de recuperação da atividade indicam que a economia crescerá menos de 1% neste ano. Além disso, o desemprego continua alto, o que compromete o consumo das famílias”, ressaltou a confederação.

De acordo com a CNI, no cenário internacional, a desaceleração da economia mundial estimula o corte de juros em países emergentes, como o Brasil, antes mesmo de o Federal Reserve (Fed), Banco Central norte-americano, voltar a cortar as taxas. “A queda dos juros é fundamental para estimular os investimentos, o consumo e, consequentemente, o crescimento econômico e a criação de empregos”, conclui o comunicado.

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