Um grupo de cerca de 20 manifestantes que aguardava e queria homenagear o juiz Sérgio Moro nesta quinta-feira (1°) no aeroporto de Curitiba (PR), após ele ter aceitado o convite de Jair Bolsonaro (PSL) para o Ministério da Justiça, se frustrou com a espera: Moro saiu de carro direto da pista, e não usou o desembarque de passageiros. As informações são do jornal Folha de S.Paulo e da Agência Brasil.
O grupo, porém, avistou a mulher do ex-deputado Eduardo Cunha, Cláudia Cruz – que também desembarcava em Curitiba no mesmo horário –, e passou a hostilizá-la.
Aos gritos de “Tchau, querida”, “O Moro vem aí”, “Vai pra cadeia” e “A opressão não acaba”, os manifestantes cercaram o táxi em que Cruz embarcou, filmando a cena e exibindo bandeiras do Brasil e até um livro sobre Sérgio Moro.
Cruz é ré na Operação Lava-Jato, assim como Cunha, que está detido no Complexo Médico-Penal, na região metropolitana de Curitiba.
Ela foi condenada em julho deste ano pelo TRF4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), pelo crime de evasão de divisas, depois de ser absolvida por Moro.
A jornalista cumpre a pena, de dois anos e seis meses, em regime aberto. Já Cunha foi condenado, também em segunda instância, a 14 anos e seis meses de prisão por receber propinas no esquema de corrupção na Petrobras.
Critérios
A partir da exoneração de Moro, a vaga de titular aberta deverá ser oferecida por meio de um edital de remoção, do qual poderá participar qualquer juiz federal titular interessado que atue não só no Paraná, mas também em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Os três Estados estão sob a supervisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), com sede em Porto Alegre.
A preferência pela vaga se dá pelo critério de antiguidade. O TRF4 possui sob sua jurisdição atualmente 233 juízes federais, dos quais oito ingressaram em 1994, sendo os mais antigos e, portanto, com preferência caso se interessem em assumir a Lava Jato.
A escolha do novo titular da 13ª Vara é feita pelo Conselho de Administração do TRF4, após análise dos candidatos. Caso nenhum titular se interesse pela vaga, ela é oferecida a título de promoção para algum dos juízes federais substitutos que atuam no Sul, novamente com preferência aos mais antigos. Nesse caso, é o plenário do TRF4 quem escolhe o candidato.
Moro já anunciou seu afastamento imediato das atividades como juiz, “para evitar controvérsias desnecessárias”, disse, em nota. Ele deverá assumir uma superpasta da Justiça, que englobará a área de Segurança Pública e outros órgãos de fiscalização federal.
