Apontado pela revista Variety como favorito ao Oscar de melhor ator por seu trabalho no filme “O Agente Secreto”, de Kleber Mendonça Filho, Wagner Moura fez sua estreia em novelas há exatamente 20 anos. O baiano de 49 anos integrou o elenco de “A Lua Me Disse”, de 2005.
Na trama de Maria Carmem Barbosa e Miguel Falabella, o ator viveu Gustavo, cunhado da personagem Heloisa, interpretada por Adriana Esteves, por quem ela se apaixona após sofrer nas mãos de Tadeu (Marcos Pasquim). Também estiveram em cena Zezé Polessa, Arlete Salles, Débora Bloch, Isabel Fillardis e Roberta Rodrigues.
Depois disso, Wagner estrelou a minissérie “JK”, interpretando o próprio Juscelino Kubitschek, e em 2007 participou de sua segunda e última novela, “Paraíso Tropical”, no papel do vilão Olavo, par de Bebel (Camila Pitanga).
Disputa
Protagonista de “O agente secreto”, Wagner Moura celebrou a decisão da Academia brasileira de cinema pelo filme de Kleber Mendonça Filho como representante do País no Oscar em 2026. O ator baiano também deixa claro que o trabalho agora será ainda maior, já que a disputa agora é outra.
“Estamos todos muito felizes e gratos com a decisão da Academia, sobretudo considerando a extraordinária safra de filmes brasileiros que concorreram esse ano — todos excelentes! Agora nós vamos trabalhar para honrar essa confiança, fazendo o melhor que pudermos para representar bem nosso país, nosso cinema, nossa cultura mundo afora”, disse o artista, em comunicado oficial.
Estavam na disputa com o longa de Kleber Mendonça Filho os longas “Manas”, de Marianna Brennand, “Baby”, de Marcelo Caetano, “Kasa branca”, de Luciano Vidigal, “O último azul”, de Gabriel Mascaro, e “Oeste outra vez”, de Erico Rassi.
“Houve uma harmonia, que é o que eu quero para o cinema brasileiro, e é o que nós precisamos. Não foi conflituosa, mas foi pensada, porque somos pessoas sérias, idôneas”, disse Sara Silveira, presidente da comissão Brasil Oscar 2026, ao anunciar o vencedor.
Em “O agente secreto”, Marcelo, o personagem de Wagner, tenta escapar de uma perseguição em meio a ditadura brasileira no fim da década de 1970. Mas há outras camadas na história. Uma delas, a relação conflituosa do protagonista com o filho. Assunto que toca o artista.
“Queria que as pessoas sentissem que estavam vendo duas pessoas diferentes. Para mim, foi imaginar o que significa crescer sem conhecer o próprio pai. Tenho três filhos. Meu pai faleceu. Esse tema pai e filho é o que mais me move como ator”, disse Wagner à “Variety”. O brasileiro é pai de Bem, de 18 anos, Salvador, de 15 anos, e José, de 13 anos, frutos do relacionamento com a cineasta Sandra Delgado.
