Ícone do site Jornal O Sul

Após 94 dias, terminou a greve dos professores no Rio Grande do Sul

Categoria votou em assembleia no Gigantinho. (Foto: Carol Ferraz)

Em Assembleia Geral realizada na tarde desta sexta-feira (8), no Gigantinho, em Porto Alegre, professores e funcionários de escola decidiram, por ampla maioria, pela suspensão da greve, que completou 94 dias. Esta foi a segunda maior paralisação do magistério estadual desde 1987.

Durante a manhã, o Conselho Geral do Cpers, através de votação, já havia apontado pela suspensão da greve. As assembleias regionais do Sindicato, realizadas nos dias 6 e 7, demonstraram que dos 42 Núcleos do Sindicato, 30 apontaram pela suspensão da greve, 10 pela continuidade e 2 decidiram acatar com a decisão da Assembleia Geral.

“Somente uma categoria unificada e fortalecida pode impedir o avanço dos ataques do governo Sartori. O bom combatente sabe a hora certa de recuar e reunir forças para fazer a resistência novamente. E é isso que esta aguerrida categoria fará a partir de agora, através do nosso calendário de fortes mobilizações pelo Estado”, afirmou a presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer.

Segundo o Cpers, quando a categoria decretou a greve, em 5 de setembro, o governo anunciava que no final de setembro pagaria menos que os R$ 350,00 que tinha pago em agosto, e que em setembro e outubro haveria encontro de folhas. Os educadores receberiam os salários com mais de 30 dias de atraso. “Só por isso, já podemos considerar que essa greve foi vencedora. Mas é claro que sabemos das dificuldades que teremos, como o pagamento do 13º, sobre o qual já vamos recorrer à justiça. Temos muitas lutas pela frente como a questão da reestruturação do IPE. Suspender a greve não é suspender a luta, é preservar a categoria para os enfrentamentos que virão”, destacou Helenir.

Na ocasião, foi aprovado um intenso calendário de mobilizações contra os ataques do governo aos direitos dos professores.

Assembleia Legislativa

O Cpers também convocou a categoria a participar da Audiência Pública em defesa dos Educadores Contratados, que ocorre na segunda-feira (11), às 9h, no auditório Dante Barone, na Assembleia Legislativa. A audiência terá como tema “Nenhum(a) Contratado (a) a menos. A precarização do trabalhador (a) em educação no RS”.

A categoria pretende defender os direitos de dos professores e funcionários de escola. Logo após a audiência, o Cpers realizará ato de entrega de documento ao Judiciário solicitando mediação para o pagamento do 13° salário dos professores, conforme a Constituição Estadual.

Pagamento

O governo do Estado anunciou o pagamento, ainda para esta sexta-feira (8), dos salários para os servidores com rendimento líquido entre R$ 2 mil e R$ 2,5 mil. O novo crédito bancário estará disponível entre o período da tarde e o início da noite. Para atender a mais este grupo de servidores (34.744 matrículas), a Secretaria da Fazenda precisou dispor em caixa de R$ 82,8 milhões.

Ainda na parte da manhã, os funcionários com salário líquido entre R$ 1.600 e R$ 2 mil receberam os vencimentos integrais do mês de novembro. No acumulado, serão agora 188.963 vínculos (55% do funcionalismo) com a folha em dia. Segue a previsão de pagar os demais servidores até a próxima terça-feira (13).

Conforme o Piratini, ao quitar os salários de até R$ 2.500 líquidos, 68% do magistério estará atendido. Isto representa mais de 111 mil matrículas de professores, que constituem a maior categoria do serviço público. A folha líquida de novembro para as 342.646 matrículas do Executivo (ativos, inativos e pensionistas) ficou em R$ 1,188 bilhão (sem considerar as consignações – empréstimos bancários).

Sair da versão mobile