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Após agir para adiar a análise do veto à desoneração da folha salarial, o presidente do Senado comemorou a derrubada do veto e a prorrogação do benefício para empresas por mais um ano

Presidente do partido de Bolsonaro, Valdemar Costa Neto diz que Alcolumbre (foto) vai “pagar caro” se não pautar anistia. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Após agir para adiar a análise do veto à desoneração da folha salarial, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), comemorou a derrubada do veto e a prorrogação do benefício para empresas por mais um ano. Líderes do Congresso fecharam um acordo para derrubar o veto. O veto foi rejeitado na Câmara por 430 favoráveis, 33 contrários e uma abstenção.

Alcolumbre afirmou que a votação ocorreu no “tempo certo” e que o período serviu para o Congresso convencer o Executivo sobre a importância da desoneração para manutenção de postos de trabalho em 2021. “Nós estamos na pandemia, o Brasil está perdendo muitas vidas e a gente não pode perder emprego. Emprego é fundamental para o crescimento econômico, ainda mais em um momento conturbado como este que estamos vivendo”, disse Alcolumbre, após a sessão de deputados federais que votaram pela derrubada do veto.

O governo só concordou em pautar o veto da desoneração após o Congresso pautar projetos de interesses diretos do presidente Jair Bolsonaro. As propostas remanejam recursos do Orçamento deste ano e garantem dinheiro para obras planejadas pelo Palácio do Planalto em redutos eleitorais de aliados. Um dos projetos, criticado pela oposição, libera R$ 6,1 bilhões para projetos definidos pelo Executivo, cancelando repasses do Ministério da Educação e colocando no Ministério do Desenvolvimento Regional. Para diminuir a polêmica, o governo prometeu recompor o orçamento de universidade federais por meio de outra proposta.

O Ministério da Economia alegou que a desoneração era inconstitucional por gerar um impacto de R$ 10 bilhões sem uma fonte de compensação no Orçamento. Questionado se o Executivo vai levar o assunto para a Justiça, o líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO), disse acreditar que a desoneração não será judicializada. “Depende do governo”, ponderou.

Derrubada também no Senado

Os senadores aprovaram nesta quarta, por 64 votos a 2, a derrubada do veto do presidente Jair Bolsonaro à prorrogação, até 2021, da desoneração da folha de pagamentos de empresas de 17 setores da economia.

Bolsonaro vetou em julho o dispositivo (introduzido pelo Congresso em uma medida provisória) que prorrogava até o fim de 2021 a desoneração da folha de empresas de setores como call center, comunicação, tecnologia da informação, transporte, construção civil e têxtil.

Atualmente, as empresas desses setores empregam mais de 6 milhões de pessoas. Os representantes dos segmentos argumentaram que o fim da desoneração, em um momento de crise econômica, geraria demissões, enquanto a prorrogação preservará empregos.

Apesar de o trecho sobre a desoneração ter sido vetado pelo presidente da República, a palavra final sobre o tema coube aos parlamentares.

Isso porque deputados e senadores podem derrubar vetos presidenciais e restabelecer os textos aprovados pelo Poder Legislativo e enviados para sanção.

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