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Após Bebianno e Vélez Rodríguez, Santos Cruz é o terceiro ministro demitido por Bolsonaro em pouco mais de seis meses

Santos Cruz (foto) foi criticado de forma contundente por Olavo de Carvalho e Carlos Bolsonaro. (Foto: Reprodução/Twitter)

Demitido nesta quinta-feira (13), o ministro da Secretaria de Governo, Alberto dos Santos Cruz, é o terceiro a ser afastado do cargo pelo presidente Jair Bolsonaro nos seis primeiros meses da sua gestão. Antes dele, Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral da Presidência) e Ricardo Vélez Rodríguez (Educação) também deixaram o primeiro escalão do governo por decisão do presidente.

Assim como Bebianno, Santos Cruz foi alvo constante do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) e da chamada ala ideológica do governo. Em fevereiro, Bebianno foi acusado por Carlos de ter mentido ao dizer que havia entrado em contato por telefone com o presidente em meio à repercussão das denúncias sobre candidaturas laranjas no PSL. Bebianno comandava a legenda quando Bolsonaro foi eleito presidente.

Depois de ter dito que falou com o presidente três vezes através do WhatsApp e que a relação entre eles estava tranquila mesmo após a polêmica das candidaturas laranjas, Bebianno foi desmentido pelo Twitter, em uma mensagem de Carlos que ganhou a chancela do pai. No fim da queda de braço, que envolveu discussões nas redes sociais e mobilizou até a opinião de parlamentares do Congresso, Bebianno acabou demitido.

A exoneração aconteceu após uma semana de crise, e o governo alegou questão “de foro íntimo” do presidente. Na vaga deixada pelo antigo “braço direito” de Bolsonaro, entrou o general da reserva Floriano Peixoto, que segue na Secretaria-Geral da Presidência.

No comando da Educação, após ter sido indicado pelo ideólogo de direita Olavo de Carvalho, o ministro Vélez Rodríguez protagonizou uma série de polêmicas antes de deixar o cargo. Ele determinou que os alunos da rede pública fossem filmados nas escolas enquanto cantavam o hino nacional.

No início de abril, Bolsonaro demitiu Vélez após ter dito em um café da manhã com jornalistas que o trabalho dele não estava sendo eficiente para o ministério e que talvez colocasse o anel do “casamento” dos dois “na gaveta”.

Moro

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, decidiu comparecer no Congresso Nacional nos próximos dias para dar explicações sobre as supostas irregularidades na condução da Lava-Jato, mas está preocupado com a superexposição e os desdobramentos do caso. O ministro tem receio do que vai encontrar pela frente porque a base governista está desarticulada e a oposição ganhou fôlego nos últimos dias.

Para o ministro e auxiliares diretos, a falta de um apoio consistente dos aliados na Câmara e no Senado deixa o cenário ainda mais obscuro e imprevisível. Moro repete que não cometeu nenhuma ilegalidade. Para ele, as conversas que teve com o procurador Deltan Dallagnol são naturais entre juízes e investigadores. No entanto, ele sabe que o caso será longamente explorado pelos adversários políticos.

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