À espera da decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, na próxima quarta-feira, os economistas do mercado financeiro alteraram, para pior, suas projeções para alguns indicadores da economia. O movimento ocorre já passados os primeiros impactos da delação de executivos da JBS, que atinge o governo Michel Temer.
Na semana passada, quando foi divulgado o primeiro Focus após o estouro da crise política, os economistas pouco haviam alterado suas estimativas. Em alguns casos, como no do IPCA, houve inclusive leve melhora nas projeções. O documento divulgado nesta segunda-feira, 29 mostra que a mediana para o IPCA – o índice oficial de inflação – em 2017 foi de 3,92% para 3,95%. Há um mês, estava em 4,03%. Já a projeção para o IPCA de 2018 foi de 4,34% para 4,40%, ante 4,30% de quatro semanas atrás.
Na prática, as projeções de mercado divulgadas no Focus indicam que a expectativa é a de que a inflação fique abaixo do centro da meta, de 4,5%, em 2017 e 2018. A margem de tolerância para estes anos é de 1,5 ponto porcentual (inflação entre 3,0% e 6,0%).
Na semana passada, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou que o IPCA-15 – considerado uma espécie de prévia da inflação oficial – encerrou maio com taxa de 0,24%. Este e outros dados serão considerados no encontro do Copom, que ocorre nas próximas terça, 30, e quarta-feira, 32. O colegiado definirá o novo patamar da Selic (a taxa básica de juros), atualmente em 11,25% ao ano.
Os economistas do mercado financeiro alteraram, para pior, suas projeções para a atividade em 2017 e 2018. A mediana para o PIB (Produto Interno Bruto) deste ano passou de 0,50% para 0,49%. Há um mês, a perspectiva era de avanço de 0,46%. Para 2018, o mercado também mudou a previsão de alta do PIB, de 2,50% para 2,48%. Quatro semanas atrás, a expectativa estava em 2,50%.