A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (04) a redução de 0,68% no preço da gasolina comercializada nas refinarias. O litro do combustível passa de R$ 2,0113 para R$ 1,9976 a partir desta terça-feira (05).
O corte acontece após duas altas seguidas. No sábado (02), a estatal havia elevado o preço da gasolina em 2,25%, após um aumento de 0,74% anunciado na quarta-feira (30). Desde o início de maio, já foram anunciadas 14 altas e sete quedas no preço da gasolina. Em um mês, o combustível acumula alta de 11,64% nas refinarias.
O repasse dos preços cobrados nas refinarias para as bombas depende das distribuidoras e dos donos dos postos. Nas últimas semanas, os cortes anunciados pela Petrobras não foram sentidos pelos consumidores, em meio à crise de abastecimento provocada pela greve dos caminhoneiros.
A Petrobras adotou novo formato na política de ajuste de preços em 3 de julho do ano passado. Segundo a metodologia, os reajustes acontecem com maior frequência, inclusive diariamente, refletindo as variações do petróleo e derivados no mercado internacional e também do dólar. Desde o início desse formato, o preço da gasolina comercializado nas refinarias acumula alta de cerca de 50%.
A variação do dólar e da cotação do petróleo são as principais influências sobre o valor praticado nas refinarias. O petróleo, depois de dois anos em mínimas recordes, vem ficando mais caro desde junho de 2017 e passou a ser negociado próximo a US$ 80. Já o dólar acumula alta de 13,6% no ano. Somente na semana passada, a moeda dos EUA subiu 2,73% frente ao real.
As críticas à política de preços da Petrobras foram um dos fatores que provocaram a greve dos caminhoneiros e culminaram no pedido de demissão de Pedro Parente da presidência da estatal. Na noite de sexta-feira, o presidente Michel Temer anunciou Ivan Monteiro para o cargo e afirmou que não haverá interferência na política de preços da petroleira.
Subsídio
O programa de subsídio aos combustíveis anunciado pelo governo abrange apenas o preço do diesel. O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, afirmou na terça-feira (29) que o governo não tem recursos orçamentários para baixar a tributação também sobre a gasolina e sobre o gás de cozinha.
O subsídio total para o preço do diesel, que custará R$ 9,58 bilhões, tem como objetivo manter, por 60 dias, o desconto de R$ 0,46 no preço do combustível. Depois disso, o preço oscilará mensalmente, segundo acordo fechado com os caminhoneiros. Para viabilizar esse subsídio, o governo decidiu acabar com benefícios para a indústria química, quase eliminar incentivos para exportadores e cancelar parte de gastos de uma série de programas públicos.
O governo prevê repasse de R$ 4,9 bilhões à Petrobras ainda em 2018 (R$ 700 milhões por mês) como forma de compensação pelas variações do dólar e do petróleo. Na prática, a cada 30 dias, a Petrobras vai estipular o preço que será cobrado nas refinarias. Em caso de o valor ficar abaixo do mercado, o governo pagará à estatal a diferença. Se o preço fixado estiver acima do estipulado pelo mercado, a estatal ficará com crédito para compensação nos meses subsequentes.