Após incentivo do presidente Jair Bolsonaro, alguns Estados do Brasil decidiram isolar apenas o grupo de risco e vão reabrir o comércio. Mesmo com alertas de todas as entidades de saúde de que a única maneira eficaz de combater em massa a infecção pelo novo coronavírus seja o isolamento social provisório (até que a curva de contágio achate), Mato Grosso, Rondônia, Santa Catarina e Roraima, por exemplo, anunciaram o fim de medidas restritivas.
O governador do Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), editou um decreto que determina retomada do transporte coletivo e do comércio. O texto vale para restaurantes em rodovias, bancos, lotéricas e igrejas. Na capital, no entanto, o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) decidiu que os cuiabanos serão mantidos em isolamento social.
Em Rondônia, o governador Marcos Rocha (PSL) liberou o funcionamento parcial do comércio em todo Estado. “Segmentos do setor produtivo não podem parar. Para isso, incluímos alguns itens em um novo decreto que apenas acrescenta novas medida que estão sendo adotadas”, disse.
Diretriz semelhante será adotada em Santa Catarina. Lá, a partir da próxima quarta-feira (1º) academias e shoppings estão em funcionamento. Além disso, obras públicas que estavam suspensas foram retomadas. Em comemoração, uma carreata aconteceu em Balneário Camboriú. Em Roraima, o comércio já foi reaberto nesta sexta-feira (27). Governador Antonio Denarium (PSL) argumenta: “O Brasil não pode parar, temos contas para pagar”.
Milão
O pensamento de que a cidade não pode parar foi adotado em Milão, na Itália — região italiana que mais registras mortos pela Covid-19. A cidade fez campanha para o comércio seguir. Um mês depois de colocar nas ruas o slogan “Milão não para”, o prefeito Giuseppe Sala reconheceu o erro.
“Muitos se referem àquele vídeo que circulava com o título MilãoNãoPara. Era 27 de fevereiro, o vídeo estava explodindo nas redes, e todos o divulgaram, inclusive eu. Certo ou errado? Provavelmente errado”, disse o prefeito.
Em 26 de fevereiro, a região da Lombardia, em que fica Milão, tinha 258 infectados e a Itália contabilizava 12 mortes. Apenas nas últimas 24 horas, a Itália teve 919 mortes e o país passa de 9 mil mortos. Em Milão, são mais de 4 mil mortes.
No Brasil, ocorre algo semelhante. O País tem quase 3 mil casos de infecções e 92 mortes e o governo circula pelas redes sociais uma campanha em que pede para o País não parar.