Em uma gafe sem precedentes, “Moonlight” levou o Oscar de melhor filme após os apresentadores Warren Beatty e Faye Dunaway terem anunciado, por engano, que “La La Land” era o grande vencedor da noite. A equipe do musical já estava no palco, fazendo os tradicionais agradecimentos quando se notou o equívoco e a produção de “Moonlight” foi chamada para receber o prêmio.
A vitória de “Moonlight”, que também levou os prêmios de roteiro adaptado e ator coadjuvante (Mahershala Ali), marcou uma reparação histórica da Academia aos negros do cinema, após a polêmica do ano passado do #OscarsSoWhite, que se insurgiu contra a presença de apenas atores brancos na premiação.
O filme de Barry Jenkins, que é negro, conta o amadurecimento de um jovem gay africano em Miami e seu elenco é todo composto por atores negros. Além de Mahershala Ali, que vive um traficante cubano no longa, outra atriz também negra levou a estatueta de coadjuvante: Viola Davis, que vive uma dona de casa amargurada em “Um Limite Entre Nós”, de Denzel Washington.
Favoritos em suas categorias, nem Ali nem Davis citaram a questão racial em seus discursos. Quem tocou no tema foi Tarell Alvin McCraney, corroteirista de “Moonlight”. Ele, que é também autor da peça que originou o filme, dedicou a estatueta de roteiro adaptado “aos jovens negros do país”.
O documentário premiado também tem na questão racial um de seus eixos. “O.J.: Made in America”, de Ezra Edelman, recupera a acusação de assassinato contra o ex-atleta O.J. Simpson e discute racismo e justiça. O drama de guerra “Até o Último Homem”, de Mel Gibson, ficou com os Oscar de mixagem de som e montagem.
Embora “La La Land” tenha perdido o prêmio principal, o musical acabou sendo o maior premiado da noite. O filme levou seis estatuetas, incluindo as de melhor diretor (Damien Chazelle) e atriz (Emma Stone). Aos 32 anos, Chazelle igualou Norman Taurog (de “Skippy”, de 1931) como o diretor mais jovem a levar o Oscar.
Veja os premiados (em negrito) do Oscar 2017:
Melhor Filme
- “Moonlight: Sob a luz do luar”
- “La la land: Cantando estações”
- “A chegada”
- “Até o último homem”
- “Estrelas além do tempo”
- “Lion: Uma jornada para casa”
- “Um limite entre nós”
- “A qualquer custo”
- “Manchester à beira-mar”
Melhor atriz
- Emma Stone (“La La Land – Cantando estações”)
- Natalie Portman (“Jackie”)
- Meryl Streep (“Florence: Quem é essa mulher?”)
- Ruth Negga (“Loving“)
- Isabelle Huppert (“Elle”)
Melhor ator
- Casey Affleck (“Manchester a beira mar”)
- Denzel Washington (“Um limite entre nós”)
- Ryan Gosling (“La La Land – Cantando estações”)
- Andrew Garfield (“Até o Último Homem”)
- Viggo Mortensen (“Capitão Fantástico”)
Melhor diretor
- Damien Chazelle (“La la land: Cantando estações”)
- Dennis Villeneuve (“A chegada”)
- Mel Gibson (“Até o último homem”)
- Kenneth Lonergan (“Manchester à beira-mar”)
- Barry Jenkins (“Moonlight: Sob a luz do luar”)
Melhor ator coadjuvante
- Mahershala Ali (“Moonlight: Sob a luz do luar”)
- Jeff Bridges (“A qualquer custo”)
- Lucas Hedges (“Manchester à beira-mar”)
- Dev Patel (“Lion: Uma jornada para casa”)
- Michael Shannon (“Animais noturnos”)
Melhor atriz coadjuvante
- Viola Davis (“Um limite entre nós”)
- Naomi Harris (“Moonlight: Sob a luz do luar”)
- Nicole Kidman (“Lion: Uma jornada para casa”)
- Octavia Spencer (“Estrelas além do tempo”)
- Michelle Williams (“Manchester à beira-mar”)
Melhor roteiro original
- Kenneth Lonergan (“Manchester à beira-mar”)
- Damien Chazelle (“La la land: Cantando estações”)
- Taylor Sheridan (“A qualquer custo”)
- Yorgos Lanthimos e Efthimis Filippou (“O lagosta”)
- Mike Mills (“20th century woman”)
Melhor roteiro adaptado
- Barry Jenkins (“Moonlight: Sob a luz do luar”)
- Luke Davies (“Lion: Uma jornada para casa”)
- August Wilson (“Um limite entre nós”)
- Allison Schroeder e Theodore Melfi (“Estrelas além do tempo”)
- Eric Heisserer (“A chegada”)
Melhor fotografia
- Linus Sandgren (“La la land: Cantando estações”)
- Bradford Young (“A chegada”)
- James Laxton (“Moonlight: Sob a luz do luar”)
- Rodrigo Prieto (“Silêncio”)
- Greig Fraser (“Lion: Uma jornada para casa”)
Melhor animação
- “Zootopia”
- “Kubo e as cordas mágicas”
- “Moana: Um mar de aventuras”
- “Minha vida de abobrinha”
- “A tartaruga vermelha”
Melhor filme em língua estrangeira
- “O apartamento” – Irã
- “Terra de minas” – Dinamarca
- “Um homem chamado Ove” – Suécia
- “Tanna” – Austrália
- “Toni Erdmann” – Alemanha
Melhor documentário
- “O.J. Made in America”
- “Fogo no mar”
- “Eu não sou seu negro”
- “Life, animated”
- “A 13ª Emenda”
Melhor edição
- John Gilbert (“Até o último homem”)
- Joe Walker (“A chegada”)
- Jake Roberts (“A qualquer custo”)
- Tom Cross (“La la land: Cantando estações”)
- Nate Sanders e Joi McMillan (“Moonlight: Sob a luz do luar”)
Melhor design de produção
- “La La Land: Cantando estações”
- “A chegada”
- “Animais fantásticos e onde habitam”
- “Ave, Cesar!”
- “Passageiros”
Melhor cabelo a maquiagem
- Alessandro Bertolazzi, Giorgio Gregorini e Christopher Nelson (“Esquadrão Suicida”)
- Eva Bahr e Love Larson (“Um homem chamado Ove”)
- Joel Harlow e Richard Alonzo (“Star Trek: Sem fronteiras”)
Melhor figurino
- Colleen Atwood (“Animais fantásticos e onde habitam”)
- Joanna Johnston (“Allied”)
- Consolata Boyle (“Florence: Quem é essa mulher?”)
- Madeline Fontaine (“Jackie”)
- Mary Zophres (“La la land: Cantando estações”)
Melhores efeitos visuais
- Robert Legato, Adam Valdez, Andrew R. Jones and Dan Lemmon (“Mogli: O menino lobo”)
- Craig Hammack, Jason Snell, Jason Billington e Burt Dalton (“Deepwater horizon”)
- Stephane Ceretti, Richard Bluff, Vincent Cirelli e Paul Corbould (“Doutor Estranho”)
- Steve Emerson, Oliver Jones, Brian McLean e Brad Schiff (“Kubo e as cordas mágicas”)
- John Knoll, Mohen Leo, Hal Hickel e Neil Corbould (“Rogue One: Uma história Star Wars”)
Melhor canção original
- “City of stars” (“La La Land: Cantando estações”); música de Justin Hurwitz e letra de Benj Pasek e Justin Paul
- “Audition (The fools who dream)” (“La la land: Cantando estações”); música de Justin Hurwitz e letra de Benj Pasek e Justin Paul
- “Can’t stop the feeling” (“Trolls”); música e letra de Justin Timberlake, Max Martin e Karl Johan Schuster
- “The empty chair” (“Jim: The James Foley Story”); música e letra de J. Ralph e Sting
- “How far I’ll go” (“Moana: Um mar de aventuras”); música e letra Lin-Manuel Miranda
Melhor trilha sonora
- Micha Levi (“Jackie”)
- Justin Hurwitz (“La la land: Cantando estações”)
- Nicholas Britell (“Moonlight: Sob a luz do luar”)
- Thomas Newman (“Passageiros”)
- Dustin O’Halloran e Hauschka (“Lion: Uma jornada para casa”)
Melhor edição de som
- Sylvain Bellemare (“A chegada”)
- Renée Tondelli (“Deepwater horizon”)
- Robert Mackenzie e Andy Wright (“Até o último homem”)
- Ai-Ling Lee and Mildred Iatrou Morgan (“La la land: Cantando estações”)
- Alan Robert Murray e Bub Asman (“Sully: O herói do rio Hudson”)
Melhor mixagem de som
- Kevin O’Connell, Andy Wright, Robert Mackenzie e Peter Grace (“Até o último homem”)
- Bernard Gariépy Strobl e Claude La Haye (“A chegada”)
- Andy Nelson, Ai-Ling Lee and Steve A. Morrow (“La la land: Cantando estações”)
- David Parker, Christopher Scarabosio e Stuart Wilson (“Rogue One: Uma história Star Wars”)
- Greg P. Russell, Gary Summers, Jeffrey J. Haboush e Mac Ruth (“13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi”)
Melhor curta-metragem
- “Sing”
- “Ennemis Intérieurs”
- “La femme et le TGV”
- “Silent night”
- “Timecode”
Melhor curta-metragem de animação
- “Piper”
- “Blind Vaysha”
- “Borrowed time”
- “Pear Cider and Cigarettes”
- “Pearl”
Melhor documentário em curta-metragem
- “The white helmets”
- “Extremis”
- “41 miles”
- “Joe’s violin”
- “Watani: My homeland”