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Após inflação de dois dígitos, economistas preveem novo estouro do teto em 2016

Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. (Foto: Ed Ferreira/AE)

Sob pressão de preços administrados pelo governo (como energia elétrica e gasolina) e dos alimentos, a inflação foi de 10,67% em 2015, bem acima do teto da meta do governo, de 6,5% no ano. Foi a maior escalada do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), índice oficial do País, desde 2002 (12,53%).

Com o IPCA acima do teto da meta, o presidente do BC (Banco Central), Alexandre Tombini, teve que publicar uma carta aberta ao ministro Nelson Barbosa (Fazenda) explicando por que falhou. No texto, o BC sinalizou que pode voltar a subir a taxa de juros caso o IPCA apresente risco de estourar o teto da meta em 2016.

O BC buscou mostrar que, diante de pressões de dentro e de fora do governo, o momento não é de queda dos juros e pode, inclusive, exigir uma retomada da alta da Selic, a taxa básica de juros, hoje de 14,25% ao ano. A carta não deixa claro, porém, se um aumento dos juros pode ocorrer na próxima reunião do Comitê de Política Monetária, nos dias 19 e 20.

No mercado, a expectativa criada pelo próprio BC era que a instituição poderia elevar os juros em 0,50 ponto. O documento responsabiliza o “realinhamento dos preços administrados” e “dos preços domésticos em relação aos internacionais”, por causa da desvalorização do real, pelo estouro da meta.

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