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Após invasão de embaixada, México pede suspensão do Equador na ONU

Policiais do Equador usaram a força para invadir a embaixada do México em Quito e prender o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas. (Foto: Karen Toro/Reuters)

O México pediu que o Equador seja suspenso da Organização das Nações Unidas (ONU) no processo que apresentou nesta quinta-feira (11) contra o país na Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia. O fato decorre da invasão da embaixada mexicana em Quito para capturar o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas.

A ministra mexicana das Relações Exteriores, Alicia Bárcena, confirmou a formalização da queixa na mais alta corte internacional de justiça da ONU e disse que a sanção deveria entrar em vigor “até que seja emitido um pedido público de desculpas reconhecendo as violações dos princípios e normas fundamentais do direito internacional”.

O objetivo da denúncia é “garantir a reparação do dano moral infligido ao Estado mexicano e a seus cidadãos”, acrescentou Alicia durante coletiva de imprensa diária do presidente Andrés Manuel López Obrador.

As forças policiais invadiram a embaixada na noite da última sexta-feira (5) para capturar o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas, acusado de corrupção e que horas antes havia recebido asilo político do México. Durante a invasão, os agentes agrediram o diplomata mexicano Roberto Canseco.

Como resultado, o governo mexicano rompeu relações com o Equador ainda no final de semana e anunciou o processo em Haia nesta quinta.

Ao listar as reivindicações do México, Alicia Bárcena destacou que o país também busca estabelecer um precedente para que um país que aja como o Equador seja “definitivamente expulso das Nações Unidas”.

O presidente mexicano López Obrador disse que espera que a CIJ aja rapidamente perante a queixa apresentada.

“A Justiça deve ser rápida e ágil, e a imunidade diplomática deve ser garantida (…). Não se pode permitir que ninguém aja dessa forma (…). Se o direito internacional não for respeitado, este será um mundo de gorilas”, enfatizou.

A queixa do México à CIJ foi apresentada um dia depois que a Organização dos Estados Americanos (OEA) condenou “veementemente” a invasão à embaixada, enfatizando a inviolabilidade das sedes diplomáticas e de seus funcionários.

 

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