Com o aumento de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), o Brasil subiu da terceira para a segunda posição no ranking mundial de juros reais (descontada a inflação), abaixo apenas da Turquia.
A taxa real brasileira subiu de 8,65% ao ano, dado do levantamento anterior, para 9,53% ao ano. Na Turquia, os juros reais estão em 14,44% ao ano. O Brasil possui juros reais mais elevados que Rússia (7,63%), Argentina (6,70%) e África do Sul (5,54%).
O ranking foi elaborado pelo Portal MoneYou e pela Lev Intelligence, que estimou uma taxa média de 1,67% ao ano em 40 países.
— Veja o ranking:
* Turquia: 14,44%
* Brasil: 9,53%
* Rússia: 7,63%
* Argentina: 6,7%
* África do Sul: 5,54%
* Indonésia: 4,31%
* Filipinas: 4,23%
* México: 3,75%
* Colômbia: 3,69%
* Índia: 2,66%
* Tailândia: 2,17%
* Malásia: 1,62%
* Hungria: 1,62%
* China: 1,48%
* Israel: 1,25%
* França: 1,2%
* Cingapura: 1,05%
* República Tcheca: 0,93%
* Austrália: 0,9%
* Suécia: 0,76%
* Polônia: 0,48%
* Estados Unidos: 0,48%
* Coreia do Sul: 0,43%
* Itália: 0,43%
* Reino Unido: 0,28%
* Taiwan: 0,28%
* Chile: 0,24%
* Suíça: 0,05%
* Nova Zelândia: -0,02%
* Espanha: -0,07%
* Bélgica: -0,09%
* Hong Kong: -0,21%
* Grécia: -0,35%
* Alemanha: -0,36%
* Portugal: -0,42%
* Áustria: -1,23%
* Canadá: -1,35%
* Japão: -1,72%
* Dinamarca: -2,1%
* Holanda: -3,24%
O número brasileiro é uma combinação da inflação projetada para os próximos 12 meses — de 5,25%, segundo o último boletim Focus, do Banco Central, no caso do Brasil — e dos juros de mercado de 12 meses à frente.
Nessa quarta-feira (18), o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central elevou a taxa básica de juros (Selic) de 14,75% para 15% ao ano.
“O movimento global de políticas de aperto monetário perdeu força, com apenas 6% dos países no mundo subindo juros, sendo o contexto majoritário de manutenção das taxas”, apontou o economista Jason Vieira, responsável pelo levantamento.
Com isso, a Selic atinge o maior patamar em 20 anos — em junho de 2006, no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a taxa estava em 15,25%.
O anúncio dessa quarta ainda marca a sétima elevação seguida na Selic. Na decisão anterior, em maio, a autoridade monetária havia elevado a taxa básica em 0,50 ponto percentual, para a casa de 14,75% ao ano.
Em termos nominais, a taxa brasileira permaneceu no 4º lugar, acima da Colômbia, México e África do Sul e abaixo da Turquia, Argentina e Rússia.
Inflação
Em um comunicado duro e sucinto, o BC fez análises bastante cautelosas sobre o cenário para a inflação, apesar de o mercado ter visto números mais favoráveis recentemente.
O IPCA — índice de inflação oficial — de maio (0,26%) ficou abaixo do esperado, inclusive em grupos de preços observados com mais atenção pelo BC por serem mais sensíveis à atividade econômica. Mas o índice acumulado em 12 meses (5,32%) ainda está muito acima da meta, que é de 3,0%, com intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5%.
Nesse sentido, o BC se limitou a dizer que “a inflação cheia e as medidas subjacentes mantiveram-se acima da meta para a inflação” nas divulgações mais recentes.
Em relação à atividade econômica e ao mercado de trabalho, o Copom avaliou que os indicadores ainda têm apresentado algum dinamismo, mas observa-se “certa moderação no crescimento” – um passo em relação à avaliação de maio, em que usou a palavra “incipiente”. Isso ocorre após o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre (1,4%) ter ficado ligeiramente abaixo do esperado e de outros dados setoriais de abril também mostrarem números mais fracos. (Com informações do jornal O Globo)