O ICI (Índice de Confiança da Indústria), divulgado nesta quinta-feira (26) pela FGV (Fundação Getulio Vargas), recuou 0,7 ponto em abril, para 101 pontos. Na métrica de médias móveis trimestrais, o índice segue em alta, atingindo 101 pontos, 0,5 ponto acima do observado em março.
“Após nove altas consecutivas, a queda de abril não é suficiente para alterar a trajetória da confiança industrial. O índice permanece acima dos 100 pontos, indicando prevalência de respostas favoráveis e otimistas na pesquisa. Com relativa estabilidade nas avaliações sobre o momento presente e piora nas expectativas, o setor parece reagir ao ritmo mais lento do que o esperado na recuperação da economia e ao aumento da incerteza associado à proximidade das eleições”, afirma a coordenadora da Sondagem da Indústria da FGV, Tabi Thuler Santos.
Piora das expectativas e estabilidade na situação atual
Em abril, a confiança industrial recuou em nove dos 19 segmentos industriais. Após acumular alta de 4,8 pontos nos dois meses anteriores, o IE (Índice de Expectativas) caiu 1,3 ponto, para 101,5 pontos. Já o ISA (Índice da Situação Atual) caiu 0,1 ponto em abril, para 100,5 pontos.
A percepção sobre o nível de estoques foi o único componente do ISA a registrar piora no mês. De todo modo, a pesquisa não retrata aumento relevante de estoques: o percentual de empresas que consideram o nível de estoques como excessivo passou de 8,1% para 8,3% entre março e abril, enquanto o das que o consideram insuficiente caiu de 5,5% para 4,5% do total.
Após evoluir favoravelmente por dois meses consecutivos, as expectativas com a evolução do pessoal ocupado nos três meses seguintes voltaram a piorar em abril, consistindo na principal contribuição para a queda do IE. Houve diminuição da proporção de empresas prevendo aumento do quadro de pessoal, de 22,6% para 18,6%, e aumento da proporção das que esperam redução, de 9,5% para 11,5% do total.
Na terceira alta consecutiva, o NUCI (Nível de Utilização da Capacidade Instalada) aumentou 0,4 ponto percentual entre março e abril, para 76,5%, o maior desde maio de 2015 (76,6%). A edição de abril de 2018 coletou informações de 1.057 empresas entre os dias 02 e 24 deste mês.
Serviços
O ICS (Índice de Confiança de Serviços) recuou 0,2 ponto em abril de 2018, para 91,2 pontos. Após o segundo recuo consecutivo, o indicador de médias móveis trimestrais do ICS recuou pela primeira vez desde agosto do ano passado, também em 0,2 ponto.
“A nova queda do ICS em abril, mais suave do que a de março, reflete um ajuste nas expectativas empresariais, provavelmente relacionado às incertezas originárias no campo político. Foram as perspectivas para a evolução do ambiente de negócios nos próximos seis meses que concentraram a pressão negativa sobre o resultado do mês. No contexto atual, de recuperação gradual do ritmo de atividade, o processo eleitoral pode estar contribuindo para a maior volatilidade das expectativas”, analisou o consultor da FGV Silvio Sales.
