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Após novo laudo sobre contaminação, canchas de areia da orla do Guaíba em Porto Alegre começam a ser liberadas

Amostras coletadas em novembro apontaram presença de vermes no material. (Foto: Julio Ferreira/PMPA)

Interditadas desde dezembro por causa de uma infestação de vermes, as canchas de areia do chamado “Trecho 3” da orla do Guaíba começam a ser liberadas pela prefeitura de Porto Alegre. O retorno da prática esportiva nas quadras foi autorizado após um novo laudo apontar que o local está novamente em condições de uso pela população.

A utilização desses espaços – localizados em área próxima ao Parque Marinha do Brasil (bairro Praia de Belas) exige agendamento, que já poderá ser feito a partir deste sábado (9). O pedido deve ser encaminhado por meio do aplicativo “156+POA”.

Mais de quatro meses atrás, amostras da areia foram coletadas por técnicos de quatro laboratórios de diferentes áreas da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). As análises foram realizadas nas quadras 10 (futebol de areia), 19 e 26 (vôlei de praia, futevôlei e beach tennis).

A comparação com o ensaio parasitológico anterior (cuja conclusão foi divulgada em 1º de dezembro), as novas amostras não apresentaram larvas de Strongyloides stercoralis e nem ovo de Taenia sp. O estudo também não apontou nenhum risco à saúde em relação aos coliformes totais presentes no local.

Os resultados foram comparados com a Resolução Conama 247, a mesma utilizada para estudos sobre a balneabilidade de águas. A opção pelo procedimento se deu pela falta de uma legislação específica que estabeleça parâmetros para análise de areia.

Durante o processo, a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi) foi responsável por verificar os orçamentos para substituição do material. A troca havia sido uma primeira solução sugerida pelos especialistas da Unisinos para resolver o problema.

Mas o orçamento resultou em um custo elevado, além de um tempo considerado muito longo pela prefeitura. A secretaria buscou possíveis soluções para descontaminação de areia que, além de levar menos tempo, teriam um custo significativamente menor.

Inicialmente decidiu-se por uma nova análise laboratorial, já que o resultado da primeira coleta, realizada em novembro, foi obtido após a primeira inundação mas antes da segunda ocorrência. Também seria importante levar em consideração o efeito de uma possível descontaminação natural por consequência da radiação solar durante o período da interdição (meses de muito sol e calor).

Com os resultados do segundo ensaio, constatou-se que não necessitava mais de medidas de restrição de uso. “Precisávamos desse resultado para garantir a liberação dos espaços com segurança aos porto-alegrenses”, ressalta a titular da Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Juventude (Smelj), Débora Garcia.

(Marcello Campos)

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