O governo adotou um tom cauteloso após as manifestações contra Dilma Rousseff e o PT ocorridas no domingo. A palavra de ordem é “quebrar o clima de pessimismo”, sem menosprezar a dimensão dos atos como vem ocorrendo por parte de apoiadores do Planalto nas redes sociais.
A avaliação foi feita na reunião de coordenação política do governo, ocorrida nessa segunda-feira com a presença de Dilma, do vice-presidente Michel Temer, 12 ministros e os líderes do governo no Congresso. “Precisamos quebrar esse clima de pessimismo que existe no País. As medidas estão sendo tomadas para que esse ambiente seja superado em breve. Se temos as condições, cabe acreditarmos na força e potencial do nosso País. Temos que ter otimismo para superar as dificuldades”, disse o ministro Edinho Silva (Comunicação Social).
A ordem no Palácio do Planalto é não minimizar as manifestações que, segundo a Polícia Militar, levou cerca de 612 mil pessoas a pelo menos 169 cidades, incluindo todas as capitais. O número de pessoas nas ruas foi maior que o registrado em abril – 540 mil – e menor que o dos protestos de março, que registrou 1,7 milhão de manifestantes. “Os protestos foram importantes, não importa o número de pessoas que foram às ruas. O regime democrático pressupõe respeito às manifestações”, disse Edinho.
Preocupou especialmente o governo o fato de os protestos estarem fortes e centrados nas figuras de Dilma, Lula e do PT. A expectativa inicial do Planalto era de que as manifestações de domingo fossem menores, inclusive, que as de abril.
O ministro, porém, negou preocupação com o foco dos protestos. “Se pegarmos as três mobilizações, você pode fazer uma diferenciação pequena, mas elas, no geral, trabalham a mesma pauta, a mesma agenda. É evidente que tivemos um recuo comparado à primeira mobilização, mas não deixa de ser importante.” (Folhapress)