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Após refletir, Bolsonaro decidiu respeitar o ex-presidente Michel Temer e manter a nomeação do ex-ministro Marun para a Itaipu Binacional

Marun disse que foi indicado ao cargo por “meritocracia”. Ele receberá R$ 27 mil para fazer uma reunião a cada dois meses. (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse na quarta-feira (2) que, após refletir, o presidente Jair Bolsonaro decidiu manter a nomeação do ex-ministro Carlos Marun para o conselho de Itaipu. “Ele refletiu, mas vai respeitar (Michel) Temer, a decisão do ex-presidente”, afirmou. Onyx disse que levou a discussão a Bolsonaro na quarta.

A nomeação de Marun foi alvo de críticas de integrantes do governo, como o vice-presidente, general Hamilton Mourão, que defendeu a discussão do assunto na reunião ministerial nesta quinta-feira (3). Sobre as críticas de Mourão ao ato de Temer, chamando-o de “não ético”, Onyx desconversou: “O presidente tomou a decisão”.

Marun receberá R$ 27 mil para fazer uma reunião a cada dois meses.

Mourão pediu a demissão de Marun assim que assumiu como vice. Para ele, o cargo foi um “prêmio” concedido por Temer ao deputado. “Pode não ser ilegal, mas não foi ético. Todo mundo sabe que o ex-presidente fez isso como prêmio”, disse.

Marun desdenha do vice

Marun disse que foi indicado ao cargo por “meritocracia”. “Se o general Mourão acha que foi um prêmio, eu sou favorável à meritocracia. O general Mourão deve ter sido promovido a general como um prêmio pelos seus méritos. Eu estou absolutamente tranquilo. Eu tenho grande respeito pelo general Mourão”, declarou. No segundo turno da eleição presidencial, o então ministro da Secretaria de Governo declarou voto no então candidato do PSL.

Ainda antes da posse, Bolsonaro anunciou que vai revisar várias decisões tomadas por Temer em seus últimos 60 dias de governo. Mas, segundo o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, o presidente já tomou sua decisão de manter Marun no conselho de Itaipu.

O ex-ministro desistiu de concorrer à reeleição de deputado federal ano passado depois de ter se destacado, em seu único mandato federal, como líder da tropa de choque do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ), cassado, condenado na Operação Lava-Jato e atualmente preso em Curitiba, e do ex-presidente Michel Temer. Marun foi peça-chave nas negociações que resultaram no trancamento de duas denúncias criminais contra Temer no STF (Supremo Tribunal Federal).

Decorativo

Determinado a não ser um “vice decorativo” na Esplanada, o vice-presidente, general Hamilton Mourão, não recebeu do presidente Jair Bolsonaro nenhuma atribuição no novo governo. A gestão Bolsonaro publicou na terça-feira uma medida provisória em que formaliza a estrutura da nova máquina federal, com 22 ministérios. A vice-presidência não é designada por Bolsonaro para atuar em nenhuma área, em nenhum programa e em nenhuma função no próprio Palácio do Planalto.

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