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Após Trump minimizar tarifa sobre a China, dólar cai e Bolsa brasileira tem alta

O principal índice da Bolsa encerrou em alta de 0,84%, aos 143.399 pontos. (Foto: B3/Divulgação)

O dólar fechou em queda de 0,69% nessa sexta-feira (17), cotado a R$ 5,4050. Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, encerrou em alta de 0,84%, aos 143.399 pontos.

Os investidores mantiveram o foco na agenda diplomática dos Estados Unidos e no cenário econômico brasileiro. Brasília e Washington articulam nova rodada de negociações comerciais, em meio a tensões entre EUA e China e à expectativa do encontro de Donald Trump com Xi Jinping.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que o Brasil e os EUA devem iniciar uma série de reuniões para discutir acordos comerciais nas próximas semanas, destacando que Lula e Donald Trump devem se encontrar “em breve”.

O chanceler se reuniu com o secretário de governo americano, Marco Rubio, na Casa Branca, e classificou o encontro como “ótimo” e “produtivo”. Eles trocaram telefones e definiram que terão um canal direto de contato entre os dois.

Em Washington, Trump recebeu o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, na Casa Branca. A expectativa pelo encontro levou à queda dos preços do petróleo nesta manhã, que voltaram a patamares de maio deste ano. Ele também afirmou que deve se reunir com Vladimir Putin nas próximas semanas, possivelmente na Hungria.

Trump também declarou que a tarifa de 100% sobre produtos chineses não é sustentável, mas justificou a medida como resposta à postura da China. Ele confirmou que deve se reunir com Xi Jinping nas próximas semanas, enquanto Pequim acusa os EUA de enfraquecer o sistema comercial global e promete divulgar um relatório sobre o cumprimento das regras da OMC.

Nos EUA, ações de bancos regionais caíram após Western Alliance e Zions revelarem fraudes em empréstimos, com perdas de até US$ 100 milhões. Analistas dizem que a reação foi exagerada. Em contrapartida, First Brands e Tricolor Holdings enfrentam dívidas bilionárias e entraram em recuperação judicial.

Canal direto

Durante reunião realizada na Casa Branca na última quinta-feira (16), o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, decidiram estabelecer um canal direto de comunicação entre os dois governos.

A iniciativa segue o exemplo dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, que também mantêm contato direto.

O encontro, que durou pouco mais de uma hora, teve uma primeira parte reservada entre os dois representantes e, em seguida, uma rodada ampliada com a presença de assessores e equipes técnicas.

O foco principal da conversa foi o comércio bilateral, com destaque para os pedidos brasileiros de revisão das tarifas e sanções aplicadas por Washington.

As delegações iniciaram a construção de um cronograma de negociações, e uma primeira reunião técnica, em formato virtual, deve ocorrer nos próximos dias. Em nota conjunta, Rubio classificou o encontro como “muito positivo” e reforçou o compromisso de manter o diálogo aberto com o Brasil.

Além disso, os dois países trabalham para viabilizar um encontro presencial entre Lula e Trump “na primeira oportunidade possível”.

Tensão

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou nessa sexta (17) que a tarifa de 100% sobre produtos chineses não é sustentável, mas disse que foi forçado a adotá-la pela postura da China, destacando a necessidade de um acordo justo entre os dois países.

Em entrevista à Fox Business Network, Trump afirmou que a China está sempre buscando vantagem nas negociações e admitiu que ainda não sabe qual será o desfecho do conflito comercial.

Ele confirmou que deve se reunir com o presidente Xi Jinping nas próximas duas semanas para discutir o comércio e declarou: “Vamos ver o que acontece”.

Também nessa sexta, a missão da China na Organização Mundial do Comércio (OMC) afirmou que os Estados Unidos têm enfraquecido o sistema de comércio multilateral baseado em regras desde que o novo governo assumiu o cargo em 2025.

O comunicado cita o uso recorrente de políticas discriminatórias, tarifas de retaliação e sanções unilaterais que, segundo Pequim, violam os compromissos assumidos na OMC.

A delegação chinesa informou que um relatório do Ministério do Comércio irá avaliar o cumprimento das regras pelos Estados Unidos em 11 áreas.

O documento também deve renovar os apelos para que Washington respeite as normas da OMC e coopere com outros países-membros no fortalecimento da governança econômica global.

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