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Após youtuber criticar roupa, a primeira-dama Janja é convidada pela escola de samba Imperatriz Leopoldinense para desfilar no carnaval

(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A youtuber Antonia Fontenelle criticou a roupa usada pela primeira-dama Janja Silva na posse do presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva (PT), no último domingo. Numa postagem em suas redes sociais, ela disse que a escolha, um terninho – conjunto de pantalona, colete e blazer – parecia roupa da velha-guarda da Imperatriz Leopoldinense, não poupando críticas à escola de samba também.

“Escola apática, nem fede, nem cheira. É a Imperatriz Leopoldinense. Nem é a velha guarda da Mangueira, da Mocidade ou da Grande Rio”, disse.

A agremiação se pronunciou, nesta segunda-feira, após a fala de Fontenelle, que causou um profundo mal-estar. Ao tomar conhecimento da comparação, a presidente da Imperatriz Leopoldinense, Cátia Drumond, enviou ofício para a Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa) pedindo que Fontenelle não seja credenciada para qualquer finalidade ou função nas apresentações do Rio e convidou a primeira-dama para desfilar no carnaval.

“Após os ataques à primeira-dama do Brasil e à nossa agremiação, convidamos publicamente a querida Janja para desfilar como madrinha de nossa galeria da velha-guarda no carnaval de 2023”.

Em nota, a escola também repudiou a fala da youtuber e frisou que os “ataques infundados de quem desconhece a história do carnaval atingem não somente à agremiação, mas, sobretudo, nossa comunidade, torcedores, componentes e, consequentemente, todo o mundo do samba”.

Na posse do presidente Lula, Janja usou um conjunto de pantalona, colete e blazer estruturado de seda, bordado com fibras naturais, look assinado pela estilista Helô Rocha. Segundo a pesquisadora e analista de moda Paula Acioli, a escolha “reafirma sua vontade de inovar e sua preferência por grifes e temas nacionais”.

Paula chama atenção também para o fator inovação no modelo. “Ela inova vestindo conjunto de pantalona e blazer, em vez dos tradicionais vestidos formais de primeiras damas em posses presidenciais. Reafirma a vontade de, através da moda, valorizar o artesanato e a cultura nacional. Os simbolismos do traje parecem estar presentes em muitos elementos: desde a cor escolhida, que remete ao solo de muitas regiões do Nordeste brasileiro, ao contraste dos bordados de palha em tecido nobre como a seda. Uma sugestão de aceno à diversidade e à harmonia.”

Para a stylist e consultora de moda Manu Carvalho, Janja entregou o que vem prometendo: a valorização da moda nacional e ser uma primeira-dama ativa. “Chama a atenção o fato de ela não estar de vestido, como é comum para as primeiras damas, e sim um terno – calça, colete e paletó -, o que a coloca lado a lado com Lula. Ela mesma já afirmou que seria uma primeira dama ativa”, ressalta. “Também achei bacana o terno ser de seda, um material nobre e feminino – e tão ancestral quanto atual, tingido naturalmente.”

A beleza da primeira-dama também recebeu elogios de Manu. “O rabo de cavalo no penteado também passa essa ideia de ação e trabalho, mais do que cabelos soltos”, comenta. “A maquiagem também está elegante. Todas as suas escolhas foram muito corretas.”

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