(INTERINO)
- A grande exposição homenagem ao uruguaio Joaquín Torres-García é uma das atrações culturais de Nova York nessa temporada. A mostra “The Arcadian Modern” poderá ser conferida no MoMa até o dia 15 de fevereiro. É a primeira grande retrospectiva do artista nos Estados Unidos em 45 anos.
- Desenhos, pinturas, esculturas e objetos – inclusive exemplares dos brinquedos de madeira que criou durante um período – fazem parte da mostra. Na resenha da curadoria, Torres-García é descrito como um dos mais completos e importantes artistas da primeira metade do século 20. O curador, o venezuelano Luis Perez Oramas, também poeta, é conhecido no Brasil, pois foi o responsável pela 30ª Bienal de São Paulo.
- Aliás, conforme relato do próprio Oramas, a exposição nasceu, curiosamente, no Brasil. Ele e o diretor do MoMA, Glenn D. Lowry, vieram à capital há quatro anos para visitar a Bienal do Mercosul, quando se depararam com obras em madeira produzidas por Torres-García no Uruguai.
- Oramas, que cresceu em Caracas e acreditava conhecer “de cor e salteado” a produção do filho de imigrantes catalãos, diz ter tido ali uma revelação: “Observando aquela faceta do artista, com a qual não era tão familiarizado, comecei a refletir sobre a relevância de sua obra para a arte contemporânea, pois, se assimilou e transformou as invenções formais da arte moderna, ele não traduziu em sua obra a passagem do tempo de forma linear, mas a percebia como uma colisão de diferentes períodos e estilos.”
- Portanto, este magnífico evento que evidencia a qualidade de Torres-García surgiu de um momento especial aqui em Porto Alegre. Quem for a nova York deve incluir a visita na programação cultural. O catálogo está à venda na loja do museu por 55 dólares.
“Construção em Preto e Branco”, obra de 1938 de Joaquín Torres-García. (Foto: Thomas Griesel/divulgação)
“Aldeia com Números”, uma das criações do artista para as crianças. (Foto: Museum of Modern Art of New York/divulgação)