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As ações do banco BTG Pactual despencaram na Bolsa de São Paulo após o banco ser alvo de busca e apreensão

André Esteves é investigado por operações irregulares com a Petrobras. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

As units, grupo de ações, do BTG Pactual despencaram na Bolsa brasileira após o fundador e sócio do banco, André Esteves, ser alvo de mandado de busca e apreensão da 64ª fase da Operação Lava-Jato. A operação da Polícia Federal foi deflagrada na manhã desta sexta-feira (23) e inclui a ex-presidentes da Petrobras, Graça Foster.

Os papéis do BTG caíram mais de 15% na Bolsa. Fecharam em baixa de 15,19%, a R$ 56,99.

Ambos são investigados pela venda de ativos da Petrobras na África para o banco, em 2013, durante o governo Dilma Rousseff (PT). Segundo a investigação, os ativos podem ter sido subfaturados na venda, favorecendo o BTG.

Outra frente de investigação vem do relato de Antonio Palocci. Em delação premiada, o ex-ministro petista contou que André Esteves teria acertado com o também ex-ministro Guido Mantega o repasse de R$ 15 milhões para garantir privilégios ao BTG Pactual no projeto das sondas do pré-sal da Petrobras.

O banco confirmou que seus escritórios no Rio de Janeiro e em São Paulo foram alvos de operações de busca e apreensão pela Polícia Federal e disse que está colaborando com as investigações para que tudo seja esclarecido o mais rápido possível.

“Os fatos da referida busca e apreensão foram objeto da investigação independente conduzida por um comitê especial cuja conclusão indicou não existir indícios para concluir que as alegações de prática de atos ilícitos sejam críveis, fidedignas ou fundamentadas em provas concretas”, informou a instituição via comunicado.

O BTG também afirmou que o banco opera normalmente.

A operação ocorre poucos mais de um mês após Esteves pedir autorização ao Banco Central para retomar uma participação de 61,6%, na G7 Holding, veículo onde estão agrupados os maiores sócios da instituição.​

Bolsa

O recrudescimento da guerra comercial sino-americana detonou uma onda de aversão ao risco nesta sexta-feira, 23. Em meio a temores de uma desaceleração mais forte da economia global, investidores abandonaram mercados acionários e ativos emergentes para se abrigar nos Treasuries, títulos do tesouro americano, cujas taxas fecharam em forte queda.

A liquidação de posições em ativos de risco fez com que a moeda americana ganhasse força entre a maioria das divisas emergentes. Por aqui, o dólar à vista fechou em alta de 1,14%, a R$ 4,1246 – maior valor desde 19 de setembro do ano passado, quando houve avanço da candidatura petista na corrida presidencial. Com as perdas desta sexta, o dólar emendou a sexta semana seguida de alta. Nos últimos cinco pregões, a moeda americana subiu 3%.

A depreciação do real levou a uma alta das taxas futuras, com aumento moderado da inclinação da curva a termo, mas não alterou as expectativas para o rumo da Selic. No mercado acionário, o Ibovespa renovou mínimas ao longo da tarde e fechou em queda de 2,34%, aos 97.667,49 pontos – no menor nível desde 17 de junho.

As tensões se elevaram após o presidente Donald Trump afirmar que anunciaria na tarde desta sexta medidas de retaliação comercial contra a China. Pela manhã, o país asiático informou imposição de imposição de alíquotas entre 5% e 10% sobre mais de US$ 75 bilhões em produtos dos EUA.

O republicano exortou as empresas do país a encontrar uma alternativa à China, como levar suas fábricas para solo americano. À espera do troco de Trump aos chineses, as bolsas americanas aprofundaram o ritmo de queda ao longo da tarde e encerram o dia com recuo superior a 2%.

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