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A Boeing suspende as entregas do modelo 737 MAX, mas mantém a produção da aeronave

Modelo da Boeing teve o segundo acidente fatal em menos de cinco meses. (Foto: Reprodução)

As entregas da aeronave mais vendida da Boeing, o 737 MAX, foram efetivamente congeladas na última quarta-feira (13), embora a produção continue, depois que os Estados Unidos se juntou a outros países suspendendo as atividades do modelo em razão de preocupações de segurança, afirmaram fontes da indústria.

O 737 MAX está proibido de voar na maioria dos países em todo o mundo após um acidente da Ethiopian Airlines no domingo, que matou todas as 157 pessoas a bordo. Foi o segundo incidente mortal em cinco meses para o modelo relativamente novo da Boeing.

Companhias aéreas, especialistas da indústria aeronáutica e financistas disseram que, embora a proibição teoricamente não impeça algumas entregas domésticas, a maioria das companhias aéreas evitará que uma aeronave banida esteja em atividade após dois acidentes em cinco meses.

A Boeing produz 52 aeronaves por mês e sua versão mais recente, a MAX, representa a maior parte da produção, mas a Boeing se recusou a divulgar números exatos.

A Boeing deve continuar com a produção do 737 em sua fábrica nos arredores de Seattle, e planeja acelerar a produção novamente em junho.

Os fabricantes evitam parar e, em seguida, acelerar a produção, pois isso perturba as cadeias de suprimento e pode causar problemas industriais. Mas ter que manter aviões armazenados consome dinheiro extra no aumento do estoque.

Cada mês em solo poderia custar à Boeing cerca de 1,8 bilhão a 2,5 bilhões de dólares em receita atrasada, segundo estimativas de analistas, embora isso possa ser recuperado assim que a proibição for suspensa e os aviões forem entregues.

Perguntado sobre como a permanência em solo global do 737 MAX afetaria as entregas, um porta-voz da Boeing disse: “continuamos a avaliar”.

Caixas-pretas

A companhia Ethiopian Airlines enviou a Paris, para análises, as caixas-pretas do Boeing 737 MAX 8 que caiu no domingo (10) nas proximidades de Adis Abeba. Depois do acidente que deixou 157 mortos, autoridades de mais de 50 países adotaram, por precaução, restrições ao uso da aeronave.

“Uma delegação etíope dirigida pela Agência de Investigação de Acidentes (AIB) levou o Registro de Dados de Voo (Flight Data Recorder-FDR) e o Gravador de Vozes da Cabine (Cockpit Voice Recorder-CVR) a Paris para a investigação”, anunciou a empresa em um comunicado.

A Etiópia, que não tem um laboratório de análises, confiou o exame das caixas-pretas ao Escritório de Investigação e Análises para a Segurança da Aviação Civil da França (BEA, na sigla em francês).

Os equipamentos chegaram na quinta-feira à capital francesa. O órgão público francês já indicou que a divulgação de informações sobre a investigação ficará a cargo da Ethiopian Airlines, segundo a France Presse.

Anteriormente, a Alemanha tinha informado que não poderia analisar as caixas-pretas por não dispor dos meios técnicos necessários.

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