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As importações de soja brasileira pela China disparam 51% em setembro

Maior compradora mundial de soja trouxe 7,25 milhões de toneladas do Brasil no último mês. (Foto: Cotrijal/Divulgação)

As importações de soja do Brasil pela China aumentaram 51,4% em setembro em relação ao ano anterior, mostraram dados no domingo (25), à medida que as cargas compradas anteriormente passaram pela alfândega.

A China, maior compradora mundial de soja, trouxe 7,25 milhões de toneladas da oleaginosa do Brasil em setembro, ante 4,79 milhões de toneladas no mesmo período do ano passado, segundo a Administração Geral da Alfândega.

Os esmagadores chineses encomendaram grandes volumes de grãos brasileiros anteriormente, com margens elevadas pela forte demanda para ração, enquanto o plantel suíno chinês se recupera do impacto de um surto de peste suína africana.

No total, a China trouxe 9,8 milhões de toneladas de soja de todas as origens no mês de setembro, um aumento de 19% em relação ao ano anterior.

A China importou 1,17 milhão de toneladas de soja dos Estados Unidos em setembro, queda de 32,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando chegaram os carregamentos feitos durante uma trégua na disputa comercial EUA-China.

Espera-se que as importações gerais diminuam nos próximos meses, disseram analistas e traders, à medida que os embarques do Brasil se reduzem, com os brasileiros na entressafra.

Os estoques de soja na China caíram para 7 milhões de toneladas na semana de 18 de outubro, após atingirem um pico próximo a 8 milhões de toneladas no início de setembro.

Os estoques de farelo de soja da China estavam em 937,9 mil toneladas, abaixo do recorde de 1,27 milhão de toneladas alcançado no início de setembro.

Produtores

Mesmo com poucas chuvas em Mato Grosso, os trabalhos no campo estão intensos. Tudo para não perder a janela de cultivo da soja, principal produto do agro brasileiro.

Apesar da baixa umidade no solo ter atrasado o plantio, a expectativa do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), estima que a safra no estado seja recorde, com mais de 35 milhões de toneladas produzidas, crescimento de 3% em relação à última temporada.

PIB agropecuário

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) elevou para 1,9% a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária brasileira em 2020. A projeção anterior era de alta de 1,6%, informou o órgão na última semana.

A revisão veio após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) traçarem expectativas mais positivas para as lavouras do País.

A soja e o café são as duas principais culturas que contribuíram para o aumento da projeção.

A safra de soja, por exemplo, teve seu crescimento revisado de 6,6% para 7,0%. Já no caso do café, a estimativa de alta para a produção foi subiu de 19,4% para 21,5%.

Além do ano ser favorecido pela bienalidade positiva do café, em especial da variedade arábica, o clima é um dos fatores que tem contribuído para o bom resultado da cultura este ano.

Com isso, no total, o Ipea prevê crescimento de 3,9% para as lavouras.

Já as expectativas para a pecuária são negativas. O instituto estima queda de 1,5% para o setor, devido à forte queda da produção de carne bovina este ano.

Por outro lado, o Ipea afirma que o setor começou a se recuperar a partir do terceiro trimestre de 2020, com a produção média passando a ficar acima do patamar pré-covid, nos primeiros três meses do ano.

“Dessa forma, projeta-se que, já no quarto trimestre, a queda interanual da produção de carne bovina deve ser menor, fechando o ano com recuo de 4,3%. Há expectativa de desempenho positivo nos segmentos de suínos (+ 7,8%), ovos (+3,2%) e leite (+0,2%)”, afirma o instituto.

As projeções para 2021 também foram revistas. A estimativa de crescimento do PIB agropecuário caiu de 2,4% para 2,1%, por conta das estimativas mais otimistas para as safras de soja e de milho deste ano.

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